ATA
DA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 13-5-2010.
Aos
treze dias do mês de maio do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
DJ Cassiá, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana
Brizola, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Toni Proença.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Beto
Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Luiz Braz, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Paulo Marques,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi
encaminhado, pelo vereador Paulinho Ruben Berta, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 010/10 (Processo nº 1018/10). Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 036 e 037/10, de autoria
do vereador Beto Moesch, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, respectivamente, no
dia vinte de maio do corrente, no Curso de Educação Ambiental: Desafios de uma
Sociedade de Risco, no Município de Osório – RS –, e no dia dezessete de maio
do corrente, na solenidade de abertura do VII Simpósio Internacional de
Qualidade Ambiental, no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Também, foi apregoado o Memorando nº
045/10 (Processo nº 1831/10), de autoria do vereador Nelcir Tessaro, Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, aprovado pela Mesa Diretora, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, do dia vinte e oito
de maio ao dia seis de junho do corrente, quando representará externamente este
Legislativo durante atividades da Expo Xangai 2010, em Xangai, na República
Popular da China. Do EXPEDIENTE, constaram
os Ofícios nos 393306, 395760, 396397, 396801, 397009 e 397035/10, do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, dos senhores João Carlos Pavão, Jaime Pedro Alves,
Manoel May Pereira, Dirceu Tubino Saboia e Jorge Victor Raul Ibérico Yuli, da
Irmandade do Divino Espírito Santo, convidando Suas Senhorias a integrarem a
Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Jorge
Victor Raul Ibérico Yuli, Provedor da Irmandade, que discorreu sobre a Festa do
Divino Espírito Santo, a ocorrer no período do dia quatorze ao dia vinte e dois
de maio do corrente, em Porto Alegre. Também, nos termos do artigo 206 do
Regimento, a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Aldacir José
Oliboni, João Carlos Nedel, Toni Proença, Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Haroldo
de Souza e Nelcir Tessaro manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e
dois minutos, constatada a existência de quórum. Após, o senhor Presidente
informou que seria alterada a ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha Negra, DJ Cassiá e Paulinho Ruben
Berta. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado,
nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar do reassentamento de
moradores da Vila Dique. Compuseram a Mesa o vereador Nelcir Tessaro,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o senhor Davi de Lima,
Presidente da Associação Comunitária da Vila Santíssima Trindade. Após, o
senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I,
ao senhor Davi de Lima, que se pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato, Sebastião Melo,
Fernanda Melchionna, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, este pelo
Governo, e Maria Celeste, esta pela oposição. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do
artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Maria
Celeste, Reginaldo Pujol, Adeli Sell, Engenheiro Comassetto, Aldacir José
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Sofia Cavedon, Alceu Brasinha,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá e Nelcir Tessaro. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor
Davi de Lima. Às dezessete horas e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e oito minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
vereador João Antonio Dib. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/10, discutido pelo vereado
Engenheiro Comassetto, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/10 e
os Projetos de Lei do Legislativo nos 040 e 036/10, este discutido
pelo vereador Adeli Sell. Durante a Sessão, o senhor Presidente registrou as presenças,
neste Plenário, da senhora Tânia Maria Couto Coelho e do senhor Claudio
Vinicius Freitas Marenco. Às dezessete horas e vinte e cinco minutos, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mauro Pinheiro e
Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do
que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo o Memorando nº 036/10, de autoria do Ver.
Beto Moesch, que solicita a análise da possibilidade de representar esta Casa
no Curso de Educação Ambiental: Desafios de uma Sociedade de Risco, a
realizar-se no dia 20 de maio de 2010, na cidade de Osório.
Apregoo o Memorando nº 037/10, também de autoria do
Ver. Beto Moesch, que solicita a análise da possibilidade de representar esta
Casa na abertura do VII Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental, a
realizar-se no dia 17 de maio de 2010, às 8h30min - portanto, fora do horário
da Sessão Plenária -, no Centro de Eventos da PUC/RS.
Passamos à
Solicito que tomem
assento à mesa dos trabalhos: o Sr. João Carlos Pavão - Alferes; o Sr. Jaime
Pedro Alves; o Sr. Manoel May Pereira e o Sr. Dirceu Tubino Saboia.
O Provedor, Sr. Jorge Victor Raul Ibérico Yuli,
representando a Irmandade do Divino Espírito Santo, está com a palavra, pelo
tempo regimental de dez minutos, para tratar de assunto relativo à Festa do
Divino Espírito Santo.
O SR. JORGE
VICTOR RAUL IBÉRICO YULI: Exmo Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre; Exmos Srs. Vereadores e Exmas Sras
Vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre, é com muita alegria que a
Irmandade do Divino Espírito Santo se faz presente nesta Tribuna, com o
objetivo de divulgar a tradicional Festa do Divino, que será realizada do dia
14 de maio até o dia 22 de maio deste ano, na nossa Igreja, localizada na Av.
José Bonifácio, esquina com a Av. Osvaldo Aranha, junto ao Hospital de Pronto
Socorro. Gostaria de externar o nosso agradecimento à Câmara de Vereadores de
Porto Alegre, através do Exmo Ver. João Carlos Nedel, que teve a
gentileza de convidar a Irmandade do Espírito Santo, assim como o Exmo
Ver. Carlos Alberto Garcia, membro da nossa Irmandade, que nos permitiram
trazer o nosso convite à ilustre Câmara Municipal de Porto Alegre.
A devoção ao Divino Espírito Santo, assim como
todas as suas manifestações e tradições formais, foram trazidas de Portugal por
imigrantes açorianos, na segunda década do século XIX. Sabemos, entretanto, que
fatos relevantes e pessoas destacadas de nossa comunidade fizeram parte ativa
no seu desenvolvimento.
A Irmandade do Divino Espírito Santo, hoje com 188
anos de fundação, forma parte ativa da história de Porto Alegre. Iniciou as
suas atividades numa pequena capela, localizada junto à Catedral Metropolitana.
Com o correr dos anos, a capela foi substituída por uma maior, da qual temos a
imagem no convite. Sua demolição deu origem à atual Rua Espírito Santo, mudando
a sua localização para a Rua José Bonifácio, onde permanece até agora, após
oitenta anos de existência. O que foi Capela do Divino, passou a ser Igreja do
Divino Espírito Santo, por obra do nosso Arcebispo Dom Dadeus Grings.
O trabalho da nossa irmandade é dedicado
prioritariamente a três segmentos: à divulgação da devoção ao Espírito Santo; à
manutenção de nosso patrimônio; e à realização de obras sociais junto à
comunidade.
No aspecto de divulgação, estamos envolvidos na
recuperação do ritual original, mantendo as tradições próprias da devoção ao
Espírito Santo, tais como a novena, a procissão, as Bandeiras do Divino, a
escolha de Imperador e Alferes da bandeira, a distribuição do bodo - o pão
simbólico -, o ritual da missa de encerramento, etc.
Neste particular, cabe destacar a tradição da
Bandeira do Divino, muito divulgada e acolhida em nossa Cidade. Ela é carregada
pelas bandeireiras e percorre as casas de quem a recebe, distribuindo bênçãos e
proteção espiritual.
Na parte de manutenção do patrimônio, estamos
restaurando a nossa Igreja, patrimônio artístico e cultural de nossa Cidade,
que, após oitenta anos de existência, precisa de recuperação no sistema
elétrico, drenagem pluvial, pintura geral, etc.
No item referente a obras sociais junto à
comunidade, cabe destacar nossa Escolinha de Informática gratuita, dedicada a
jovens carentes; a distribuição de gêneros alimentícios em cinco creches da
Cidade, assim como o fornecimento de roupas para o Pronto Socorro e às pessoas
necessitadas em geral.
A nossa tradicional Festa Magna, dedicada ao Divino
Espírito Santo, é uma festa móvel, iniciando nove dias antes da celebração de
Pentecostes, com a novena do Divino, a Procissão no Dia de Pentecostes, e
culminando com a missa de encerramento.
Reiterando novamente o nosso convite aos membros da
Câmara de Vereadores para a nossa Festa que inicia amanhã, sexta-feira, dia 14
de maio, às 19 horas, lembramos que, no dia 18 de maio, serão homenageados os
Vereadores de Porto Alegre como parte de nossa novena, em reconhecimento ao seu
trabalho em prol da nossa comunidade e da Cidade de Porto Alegre. Obrigado pela
oportunidade, e que o Divino Espírito Santo nos abençoe a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Prezado Sr. Jorge Victor Raul Ibérico Yuli,
Provedor, solicito que componha a Mesa.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos
termos do art. nº 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu queria saudar a iniciativa do
Sr. Jorge, Provedor da Irmandade do Divino Espírito Santo, que utilizou a
tribuna, e saudar, muito rapidamente, a temática, por fazer parte da juventude
e saber a importância de a gente debater, neste momento, a questão da juventude
e das drogas, num momento em que o nosso Estado passa por uma epidemia do crack, que tem consumido boa parte da juventude
gaúcha, muitos jovens da periferia. O narcotráfico aparece, muitas vezes, antes
da cultura, do lazer, do esporte, do debate e tem trazido consequências
trágicas do ponto de vista da saúde individual do jovem e também da
coletividade com o aumento da violência e do aumento das doenças e mortes
decorrentes do envolvimento com essa verdadeira chaga, que é o crack no nosso Estado e no nosso
Município. Então, eu queria, em nome do PSOL, em meu nome e do Ver. Pedro Ruas,
parabenizá-los pela temática e nos colocar à disposição para o que for
necessário, para, junto com os colegas, com os freis, enfim, combater a
drogadição da juventude. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero saudar, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, o Provedor Jorge Victor, com toda a sua equipe, na
Direção da Irmandade do Divino Espírito Santo.
Estava observando no fôlder que os senhores trazem
para o debate - Novena do Divino Espírito Santo -, que no dia 14 de maio, na
verdade, o tema inicial será: Os Jovens, o Álcool e as Drogas. É um tema muito
atual. Todos nós, preocupados com a propagação do crack, estamos realmente muito atentos a esta questão. E, com
certeza, a Igreja tem um papel fundamental nesse processo. Por incrível que
pareça, a evangelização dos povos, que é incumbência da Igreja, na verdade, ela
vai rapidamente para o coração das famílias. E, na medida em que as famílias
percebam a ausência dos filhos, é importante essa relação de cobrança. Muitas
das famílias que hoje estão desestruturadas, estão assim exatamente porque não
sabem onde o filho está, com quem ele saiu, a que horas vai retornar. E a
Igreja tem tido um papel muito importante nesse processo quando chama os pais à
responsabilidade. Além deste tema, há muitos outros que vão ser debatidos até o
dia 22 de maio.
Em nome da Bancada do PT, eu quero parabenizá-los por
esse trabalho muito importante que a Igreja faz e por essa missão dos senhores
de poder propagar, de evangelizar os povos, mas de nunca esquecer de que Deus
está acima de tudo. É importante que todos nós O tenhamos no nosso dia a dia,
nas nossas alegrias, mas também nas dificuldades. Parabéns pelo trabalho de
vocês. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Eu quero, em nome da Bancada do Partido Progressista, em nome do nosso
Líder Ver. João Antonio Dib, do Ver. Beto Moesch e no meu nome, dar as boas
vindas à Irmandade do Divino Espírito Santo, que é coordenada pelo ilustre
Jorge Victor Raul Ibérico Yuli, nosso querido Provedor, que vem convidar esta
Casa para a novena da Festa do Divino Espírito Santo. E também vem nos informar
da necessidade que está tendo a nossa querida Irmandade em preservar esse
patrimônio histórico da nossa Cidade, que é o templo do Divino Espírito Santo,
ali nos fundos do Hospital de Pronto Socorro, junto à Av. José Bonifácio. É,
realmente, um prédio histórico que precisa dessa preservação e conservação. O
Provedor também pede a colaboração e a solidariedade dos porto-alegrenses, para
que essa obra seja realizada.
O importante é que essa novena que inicia amanhã,
Ver. Aldacir Oliboni, também fala do problema dos jovens com as drogas e com o
álcool. Nos próximos dias da novena, também será abordada a necessidade que
todos nós temos de receber os dons do Espírito Santo: os dons da sabedoria, do
entendimento, do conselho, da fortaleza, da ciência, da piedade e do respeito a
Deus. Nós precisamos receber esses dons, para que possamos enfrentar a vida,
para que possamos dar testemunho aos nossos jovens do que é importante e dos
valores essenciais da vida.
Muito obrigado aos senhores que vieram até aqui nos
trazer a Bandeira do Divino, que vai ser levada aos gabinetes, Ver. Pujol, como
sempre é feito, para nos abençoar. Fica também o convite para o dia 18, quando
a Câmara de Vereadores será homenageada. E, no dia 18, o tema da homilia será o
dom da fortaleza, justamente a fortaleza que nós, Vereadores, precisamos para
ter na sabedoria de apresentar bons projetos em prol do bem comum e da nossa
Cidade. Muito obrigado, meus cumprimentos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, eu queria saudar o Jorge Victor, que fez a manifestação
em nome da comunidade do Divino, e dizer que muito me alegra ver a Bandeira do
Divino e a comunidade do Divino de novo revitalizadas, como acontece todo ano,
em função da data.
Eu, desde pequeno, pela mão da minha avó, caminhava
ali pelo bairro Rio Branco, pelo Bom Fim, e era comum ver a Bandeira do Divino.
A minha avó nos obrigava a reverenciá-la, e, com ela, aprendi a ter fé e
carinho por essa Bandeira. Tem uma frase da oração do Divino Espírito Santo que
diz: “Seja eu tão bom e alegre que todos quantos se achegarem a mim sintam a
Tua presença”. Acho que essa frase revela bem a necessidade que nós temos, na
sociedade de hoje, de dar alegria, paz e tranquilidade a todos os que se
aproximam da gente. Parabéns pela missão e pelo trabalho de vocês.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, prezado Sr. Jorge Victor Raul
Ibérico Yuli, Digníssimo Provedor da Irmandade do Divino Espírito Santo que
aqui comparece no dia de hoje, integrando a Casa à Festa do Divino Espírito
Santo, que começa a se desdobrar.
Eu quero, evidentemente, me somar às manifestações
que já ocorreram. Da mesma forma que os oradores anteriores, todos nós que
temos formação católica, temos, na Festa do Divino, uma referência muito
especial, cada um com as suas lembranças. Eu me lembro das festas da Paróquia
de São João Batista, de Quaraí, lá na fronteira oeste do Estado, onde a
Bandeira do Divino também percorria os lares, levando a benção, a crença e a fé
católica.
Eu tenho essa alegria em poder recebê-los, e quero
dizer que no dia 18 temos alguns compromissos, mas tenho a certeza de que, com
a graça de Deus, poderemos conciliar e estar presente nas cerimônias em que a
Câmara de Vereadores será distinguida pelos organizadores da festa. Obrigado
pela presença. Meus cumprimentos pela manutenção de uma tradição que faz parte
da própria história do Rio Grande, para não dizer que faz parte da história do
Brasil. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Bernardino Vendruscolo, quero cumprimentar todos os visitantes que
aqui vêm trazer essa mensagem do Divino Espírito Santo, que coisa boa que eles
podem vir à Câmara Municipal! Cumprimento o Sr. Jorge Victor Raul Ibérico Yuli,
que é o Provedor da Irmandade.
Esta Casa do Povo, que trata de coisas materiais em
praticamente 99% do tempo, precisa muito receber visitas como a dessas pessoas
que vêm falar aqui a respeito do Divino Espírito Santo. Afinal de contas,
precisamos sempre lembrar, quando estamos discutindo essa parte material de que
tratamos aqui diariamente, que a parte mais especial está sendo, muitas vezes,
tratada pelos senhores, nos cultos que são realizados. Então, muito obrigado
aos senhores por terem vindo aqui trazer um pouco do Divino Espírito Santo,
para que esta Casa possa tratar das coisas materiais de uma forma melhor. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Em nome do PMDB, eu me dirijo ao Provedor Jorge Victor e, em seu nome,
dirijo-me a todos vocês. Nós precisamos, além de resgatar, manter os valores
culturais e religiosos neste País, porque, nos dias atuais de tanta violência,
de tantos desencontros, desacertos, ganância, a mensagem do Divino sempre traz
paz, harmonia, alegria e fraternidade. Sejam bem-vindos a esta Casa!
O Provedor disse que vai homenagear os Vereadores.
Nós é que temos que homenageá-los pela missão que vocês exercem, pelo trabalho
bonito e pela mensagem que vocês trazem através dos tempos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Com o maior prazer, passo a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento, ao Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa, um homem
extremamente religioso.
O SR. NELCIR
TESSARO: Ver. Bernardino Vendruscolo, cumprimento o Jorge Victor Raul Ibérico
Yuli, que hoje está trazendo aqui os membros das festividades do Divino
Espírito Santo, e quero dizer que é uma alegria para esta Casa recebê-los aqui.
Com toda a certeza, estaremos lá nesse evento que é uma parceria que acontece
com a Secretaria Municipal de Cultura, com a presença do Município. Esse é um
ato religioso muito importante para a Cidade, no momento em que as nossas
crenças, cada vez mais se voltam para o material, fazendo com que os valores se
modifiquem, como quando nós vimos o que ocorreu esta semana, num colégio da
Capital, na Vila Farrapos, com dois jovens. Um jovem de quinze anos foi
atingido por um jovem de quatorze anos, e as divergências ocorreram dentro de
uma sala de aula. Um jovem era obeso, era motivo de chacota. Se tivéssemos um
pouco mais de vocação espiritual, se pudéssemos, em cada escola de Porto
Alegre, divulgar e fazer com que as famílias, os professores, em sala de aula,
também fizessem um trabalho voltado à valorização do ser humano, com toda a
certeza, esse jovem de quinze anos não teria perdido a vida.
Então, é muito importante este evento, essa
festividade do Divino Espírito Santo, porque sabemos que só a fé vai fazer com
que a gente possa mudar a vida, mudar o ser humano, fazer com que as famílias
possam se reunir novamente e ter um pouco de paz. Parabéns, e muito obrigado
por estarem aqui fazendo esse convite.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Esta Casa agradece aos Srs. Jorge Victor Raul
Ibérico Yuli, João Carlos Pavão, Jaime Pedro Alves, Manoel May Pereira e Dirceu
Tubino Saboia, todos representando a Irmandade do Divino Espírito Santo.
Estaremos sempre à disposição. Muito obrigado.
Vamos suspender a Sessão para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 14h42min): Estão reabertos os trabalhos da
presente Sessão.
Conforme a solicitação de diversos Vereadores,
estamos invertendo a ordem dos trabalhos e passando, de imediato, ao
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores - estou um
pouco rouco, Ver. João Bosco Vaz, não por narrar futebol, mas pelo nervosismo
de não narrar.
Lá pelos idos de 1950, lá pelas bandas de Castro,
no Estado do Paraná, eu sofri o que hoje chamam de bullying: essa
manifestação do ser humano, dos adolescentes, jovens. Eu não sabia que o
Guilherme fazia aquelas coisas comigo, simplesmente porque ele não gostava de
mim; mas ele estava praticando o bullying.
O Guilherme estudava no mesmo grupo escolar que eu, no Vicente Machado, na
principal rua da cidade, a Rua 15, para onde iam os jovens meninos ver o
desfile das meninas no começo da noite. Uma mais arrumadinha do que a outra,
indo ou saindo da escola.
Eu lembro que, quando eu via o Guilherme, eu tremia
e procurava me esconder, porque ele chegava dando-me fortes cascudos, tapas,
xingamentos e eu era menor que ele, eu tinha dez anos, franzino contra um
grandalhão de dezesseis, dezessete anos. Às vezes, ele estava acompanhado de
seus amiguinhos que também praticavam aquilo, que hoje sei que é o tal do bullying. Mas, na época, eu não sabia;
eu não entendia e fui ao troco. Eu morava no Morro do Ferro, em Castro, e
predominava na vila a raça negra de canelas finas, ágeis como passistas na
escola de samba que fundamos, mas também bons de briga; mas não saíam por aí
fazendo com os pequenos o que o Guilherme fazia comigo. E aí surgiu a briga de
quadrilhas, que já é outra coisa lamentável que acontece nos dias de hoje, com
os jovens acertando encontros selvagens e agressivos pela Internet.
E eu, cansado de apanhar daquele grandalhão quando
eu não corria - se alguma menina estava por perto eu ficava com vergonha de
correr do Guilherme -, um dia acertei com o meu melhor amigo, o Tião da Dona
Gervira, um negro alto, magrão, canela fina, gingado de morro - ele tinha
passado uns meses no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, na casa de uma tia
e estava com o gingado do Morro carioca - e a mesma destreza para uma briga de
rua. E o Tião da Gervira topou, ficou à distância e deu uma surra no Guilherme.
E acabou a história do meu bullying.
Por que é que eu estou falando isso, hoje? Eu
entendo que é difícil combater esse mal dos seres humanos. O bullying existe desde que o mundo é
mundo e nele habitam os chamados seres humanos, que muitas vezes são
verdadeiros monstros, fantasiados na prática dos mais hediondos crimes e ações
de violência. Nós, pais, temos que estar atentos, porque a solução deve vir de
dentro de casa. É preciso fiscalizar no que o filho navega na Internet - essa
tecnologia avançada - e ter contato com a escola para saber se algo diferente
está acontecendo com aqueles que são amigos dos nossos filhos. Como é que eu ia
saber, lá na metade do século passado, que aquilo que o Guilherme fazia comigo
era bullying? Esse termo inglês que
descreve atos de violência física e psicológica, esta às vezes até mais
destruidora que a física, de forma intencional e de forma repetida.
Falo isto pelo assassinato, terça-feira, do menino
Matheus, de quinze anos de idade, na Vila Farrapos. Ele era morador do Humaitá.
O bullying está ligado a esse crime
cometido por uma criança de quatorze anos. E como será punido esse jovem
assassino pelas leis brasileiras?
Por falar em punição, gente, o que é isso que o
“Tuminha” andou aprontando? Como Secretário Nacional de Justiça, o homem que
teria que cuidar do galinheiro, veste-se de raposa e, sem punição, continua no
cargo mesmo depois de ser pego, em gravação, junto com o maior contrabandista
do País, quiçá da América do Sul, comprando aparelhos sem taxação de impostos,
aceitando ação criminosa do bandido, sendo ele um xerife. Isso já virou
sacanagem! As coisas que acontecem neste País do “rei Lula” são inacreditáveis,
porque acontecem, acontecem, acontecem e só acontecem. Ponto.
Amanhã, a denúncia de hoje é passado, porque novos
escândalos surgem com figuras ligadas ao Governo, quer Estadual, quer Federal;
mas, incrivelmente, com as “bolsa fome”, “bolsa copa”, “bolsa fogão”, “bolsa
geladeira”, “bolsa da bolsa” se constrói um batalhão de brasileiros que se
acostumam com migalhas, se encostam e vivem com a miséria que o Governo - uma
das lideranças do mundo - lhes proporciona.
E o Romeu Tuma, filho do renomado homem da justiça,
um velho justiceiro, o seu Romeu Tuma, ou “o Dr. Tuma”?! Aquela história de que
a fruta cai perto do pé, dependendo da ventania, não cai, não! Porque o Tuminha
não é parecido com o Tumão, o xerifão, porque é amigão do Li, o maior
contrabandista deste País, que abastece a famosa Rua 25 de Março da gigantesca
São Paulo! Todo mundo sabe, mas ele continua livre, leve e solto. Agora eu entendo:
é “amigo do homem”. Que coisa lamentável! Mais um vexame do Governo. Eu cheguei
a ficar com vergonha por estarem me perturbando, quando fui pego jogando um
binguinho de trinta e três centavos o cartão!
Por força de umas férias fora de época, ou na época
certa, mas de forma errada, estou de folga do Rádio até o dia 2 de junho.
Apresento-me dia 2, e no dia 3 viajo para a África do Sul. Vou atrás dos meus
sonhos lá dos tempos de Castro, quando eu sofria o bullying praticado pelo Guilherme, que era narrar uma Copa de
Futebol pelo rádio. E estou indo para minha décima primeira Copa do Mundo de
Futebol, numa carreira da qual tenho muito orgulho, e sei da responsabilidade
que tenho para servir de ponte para se extravasar a tal emoção e alegria da
torcida brasileira.
Ontem, quando fui ao Olímpico, com o rádio
desligado, para buscar o Petuty na Geral do Grêmio, o meu filho, 15 minutos
antes da final do jogo estonteante de ontem, parei na Av. Carlos Barbosa, saí e
me encostei no carro, quando começaram a sair os torcedores de dentro do
estádio, apressados, radinho no ouvido, procurando o
seu ônibus; eu nem fiz, Tarciso Flecha Negra, o que eu havia pensado em fazer:
uma pesquisa em flagrante, perguntando: “esse horário do futebol está bem para
o senhor? Esse horário do futebol está bem para a senhora”? Não fiz, porque
ali, naquele momento, eu tive a certeza de que o projeto que apresentamos, aqui
na Casa, em benefício da torcida do Rio Grande, vai ser aprovado. Como todo o
brasileiro, todos os trinta e seis Vereadores, de uma forma ou de outra, gostam
de futebol, se preocupam com o bem-estar da sociedade; a torcida é uma
sociedade, e os jogos de futebol noturnos não podem continuar castigando o
torcedor em benefício da rede de televisão que tem os direitos de transmissão
também conseguidos, de forma obscura, junto ao Sr. Ricardo Teixeira, o grande
líder da quadrilha da Confederação Brasileira de Futebol.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte?
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Concedo um aparte ao Ver. Brasinha, com satisfação.
O Sr. Alceu Brasinha: Ver. Haroldo de
Souza, é com muita emoção e satisfação que venho pedir um aparte ao senhor,
porque, realmente, o senhor que acompanha o futebol e viaja pelo mundo todo -
nós já vimos coisas impossíveis com o Grêmio. As coisas que acontecem são com o
Grêmio, as coisas que acontecem maravilhosamente são com o Grêmio. O senhor
estava na “Batalha dos Aflitos” aquela vez, e o senhor teve a oportunidade de
ver aquela luta fantástica do Grêmio, e, graças a Deus, ganhamos a partida.
Ontem, foi uma demonstração de grandeza, aquele espetáculo, aquela torcida, e
nós temos o privilégio de torcer. Haroldo, eu tenho muito orgulho de tê-lo
aqui, junto na Câmara, porque tu já proporcionaste milhares de momentos felizes
para a torcida do Grêmio. Então, continuo sendo teu fã, sempre, e continuo
torcendo por ti.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: É a imortalidade
tricolor; como esta noite poderemos ter a raça colorada.
O Sr. Paulo Marques: V. Exª permite um
aparte?
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Concedo um aparte ao
Ver. Paulo Marques.
O Sr. Paulo Marques: Ver. Haroldo, antes
de mais nada, gostaria de dizer do carinho que tenho pela sua pessoa, e sou
“guaibeiro” devido à sua pessoa. Digo o seguinte: “Vá, e traga na sua voz a
vontade e a felicidade do povo brasileiro e, principalmente, do nosso povo
gaúcho”. Respeitem esse homem, ele tem onze Copas do Mundo!
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Obrigado.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte?
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Concedo-lhe um
aparte, Ver. Bernardino Vendruscolo.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: Ver. Haroldo
de Souza, eu fui o Relator, na Comissão de Constituição e Justiça, do seu
projeto que trata que trata dos horários dos jogos. Evidentemente, é um projeto
que não teve óbices de natureza jurídica para tramitar; nós relatamos nesse
sentido. Quanto ao mérito, nós precisamos que V. Exª nos traga mais informações
para que possamos, aqui no Plenário, nos convencer dessa necessidade de
votar. E quero lhe cumprimentar pelo discurso, também. Obrigado.
O Sr. Tarciso
Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente,
obrigado. Haroldo, meus parabéns! Quero te parabenizar pelo teu Projeto, este
Projeto tem de ser aprovado, se Deus quiser, porque é um bem que tu estás
fazendo a esse povo que, às seis horas, às cinco horas da manhã tem de acordar
para trabalhar, mas não abre mão das suas cores, tanto o vermelho quanto o
azul. Quero dizer aqui para ti, como jogador que fui, que jamais joguei nesse
horário das 22 horas, e esse povo merece que tenhamos um projeto no sentido de
que ele possa ver futebol e, no outro dia, acordar tranquilo para o seu
trabalho. Obrigado.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Obrigado, Ver. Tarciso.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Haroldo, quero,
com certeza, parabenizá-lo pela ida à África e dizer da enorme importância que
tem essa Copa do Mundo para nós, brasileiros. O futebol é mais uma das
atividades que nós fazem ficar empolgados, emocionados, e sei que a tua voz vai
ajudar a construir a vitória dos nossos sonhos, com o companheiro Dunga, nessa
grande seleção que está indo à África. Parabéns, e boa ida!
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Obrigado.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte?
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Com prazer, Ver. Luiz Braz, grande locutor esportivo, dos tempos idos
da cidade de Ribeirão Preto, do Estado de São Paulo.
O Sr. Luiz
Braz: Meu amigo Haroldo de Souza, quero desejar para você uma boa viagem. Sei
que você, indo para lá, é uma garantia de que vamos ter uma narração bem em
cima do lance, como você costuma fazer. E digo que é um orgulho para todos nós
ter você aqui entre os trinta e seis Vereadores.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Obrigado, Ver. Luiz Braz. Eu já responderia ao Bernardino, e só espero
que esta Casa não tenha medo da Rede Globo, não, Bernardino? Não tem muito
detalhe para se fornecer, mas já começo a dar algum. Por a novela ser um dos
carros-chefes da Rede Globo, o maior deles, ela compra o futebol e o sacrifica
em nome da novela! E este Projeto vai ser aprovado, pois não estaremos
prejudicando absolutamente ninguém financeiramente - financeiramente, que é o
que interessa, em primeiro lugar, para quase todo o segmento que forma a
chamada sociedade, a coletividade, o povo, uma cidade, um País. Vamos aprovar
este Projeto que irá impor o limite de 23 horas e 15 minutos para o término dos
espetáculos de futebol nos estádios de Porto Alegre e nos ginásios esportivos
de grande porte. O espaço que ficará para se montar a bendita grade da TV Globo
é incomensurável em termos dos horários de picos de audiência; Jornal Nacional
19h30min ou 20 horas; o futebol às 20 horas ou 20h30min, ou até começando às
21h30min. Estaremos buscando apenas vinte minutos que, englobados, no final,
darão aqueles 45 minutos para se sair do Beira-Rio, do Gigantinho, do Olímpico
e do Ginásio Tesourinha; os 45 minutos necessários para o horário do ônibus,
Ver. Reginaldo Pujol.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, recebi uma mensagem psicografada do Lineu, que lhe mandou um abraço,
e o amigo dizia o seguinte: “Magrão, vai em frente, vai para a África! Vais
brilhar, vais fazer a alegria dos ouvintes que te amam. As bandeiras vão
tremular a teu favor!”
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Obrigado, Reginaldo. Agora faltam vinte segundos, eu teria ainda muito
a dizer, mas estou encerrando, e desejando a todos vocês muitas felicidades, e
que possamos continuar fazendo o que a cidade de Porto Alegre merece, só peço
um pouquinho de calma à oposição; não mintam muito.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, boa-tarde,
minha saudação a todos que nos acompanham neste momento. É difícil eu vir aqui
à tribuna, porque eu considero este lugar um lugar muito especial. É como os
atletas que jogam no Grêmio e no Internacional que, quando entram no Beira-Rio
ou no Olímpico, têm que honrar, têm que se sentir muito especiais. Aqui, para
mim, é um lugar muito especial, muito sagrado. Poucas vezes eu venho aqui.
Quando venho, venho para buscar projetos para esse nosso povo de Porto Alegre
e, principalmente, para esse povo carente.
Hoje, eu gostaria de abordar, brevemente, um
assunto que é, inclusive, objeto de Projeto de Lei de minha autoria, que
tramita nesta Casa, e gostaria de sensibilizá-los nesse sentido. Esse assunto
adquiriu para mim uma grande importância em razão de solicitações, relatos e
queixas de cidadãos que são portadores de deficiência visual aqui na nossa
cidade de Porto Alegre. Por que esse Projeto? Este Projeto não apareceu na
minha gaveta. Eu moro no Centro há doze anos e rodo no Centro como nunca. E,
quando começamos a elaborar este Projeto - eu e a minha assessoria - fizemos
questão de perguntar para os deficientes o que os incomodavam? São os
obstáculos, como telefone, orelhão, a Rua da Praia - queria ou não, acabamos
com o camelódromo, os camelôs saíram, têm hoje o seu camelódromo -, mais ainda
há inúmeros obstáculos. Inclusive, eu fui testemunha de um deficiente visual
que bateu num obstáculo e caiu. Gente, Porto Alegre, pela grandeza deste Estado
e de sua Capital, nós devemos dar condições aos deficientes visuais, para que
andem com mais segurança dentro da nossa Cidade. Mais uma vez, pensei: quem
deve solucionar os problemas da população e da Cidade somos nós, os Vereadores.
Afinal, tenho absoluta certeza de que foi para isso que fomos eleitos, não é
mesmo, pessoal? Como sou um homem de ação, fui para o jogo, estudamos o
assunto, constatamos e concluímos que esse projeto teria que vir aqui para o
plenário. Assim sugiro a implementação de sinalização horizontal, o piso tátil,
que deve ser colocado para diferenciar área livre de área de serviço,
identificar e alertar sobre possíveis obstáculos, auxiliando quanto à tomada de
decisão. O piso precisa ser contrastante com o restante da calçada, a fim de
que esse deficiente tenha condições de identificar e assim, Ver. Luiz Braz, a
gente pode dar tranquilidade e poder de acesso a essas pessoas, e fazer com que
Porto Alegre evolua nesse tema, como já fizeram outros Estados, como o Paraná.
Então, eu conto com a sensibilidade de todos os Vereadores, porque este Projeto
é do povo, é dos deficientes. Este Projeto não é meu, é fruto do que eu vivo e
vejo dentro da Cidade.
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
preciso do apoio de vocês quando este Projeto chegar aqui no plenário, para que
nós o aprovemos, como fizemos no do kit
escolar. Sou muito agradecido e sempre que eu subo aqui, venho para o povo, não
importa quem é o pai... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DJ
CASSIÁ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, imprensa e
pessoas que nos assistem pela TVCâmara, eu, em primeiro lugar, quero
parabenizar o meu grande colega e amigo Haroldo de Souza pela ida a mais uma
Copa. Pode ter certeza e convicção de que, com a sua voz, o senhor só vai nos
trazer coisas boas.
Bom, Ver. Tarciso, atentamente, eu o escutava sobre
a questão do seu Projeto. Pouco se discute sobre as questões dos deficientes,
ou melhor, pouco se faz pelos deficientes - não estou falando daqui, não é uma
questão isolada; é uma questão nacional. Quero dizer ao senhor que eu sou
parceiro e solidário ao seu Projeto.
Ouvindo atentamente o meu grande amigo Haroldo de
Souza, pelo qual tenho imenso respeito - não só eu, mas toda a sociedade e
todos os seus colegas - pelo trabalho que desempenha aqui, que, no seu
pronunciamento falava sobre o bullying. Eu
concordo plenamente com o senhor, sempre existiu esse tal de bullying. Qual de nós já não teve um
apelido dentro da escola, dentro da vila, seja lá onde for? Ver. Paulinho Ruben
Berta, o senhor sabe quantos apelidos eu tive na vila onde morei? Eu perdi as
contas! Mas você tem que saber administrar. Se você revidar, você está dando
àquela pessoa que está lhe colocando o apelido o desejo de que o apelido pegue
e se transforme em raiva. Bom, isso não justifica. Agora, de quem é a culpa por
esse tal de bullying de que começaram
a falar agora? A culpa é de quem agride, de quem é agredido, da escola ou dos
pais? Alguém saberia me responder? Ora, a escola tem a sua responsabilidade, o
Governo tem sua parte de responsabilidade, mas a primeira educação e preparação
têm que vir de dentro da sua casa; têm que vir através da educação dos seus
pais. Mas, também, como é que eu posso pedir educação para um caso e para um
outro diferenciado? Há meninos que passam a madrugada toda assistindo à sua mãe
ser espancada pelo pai, e também ele é espancado, ou seja, física ou
psicologicamente. Como é que você vai fazer com essa criança, logo ali adiante,
quando chegar à escola, que muitas vezes depara com um professor que não tem
estrutura por causa do salário, enfim, para dar uma educação de qualidade e
também pode estar revoltado naquele dia? Aquela criança, Ver. Tarciso Flecha
Negra, na verdade, vai virar um agressor também. Nós precisamos é de atividades
dentro dessas comunidades; é de dentro dessas comunidades; é de exercícios que
possam trazer a essas crianças, a esses jovens e adolescentes uma conformação
melhor dentro da área do esporte, da cultura, que é o que está faltando; e
também o acompanhamento a suas famílias.
O que é o acompanhamento? Que
seu pai tenha um trabalho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Comunico que o Memorial da Câmara informa que está
presente, no Plenário do Legislativo, o Sr. Cláudio Vinicius Freitas Marenco,
funcionário da Câmara Municipal de Itaqui. Marenco está em visita técnica de
três dias, iniciada na quarta-feira com término na sexta-feira, amanhã,
conhecendo e aprofundando seus conhecimentos de organização de arquivos e
memoriais para implantar o Memorial na Câmara de Itaqui. Sob a forma de
oficinas, Marenco está obtendo cerca de 20 horas de atividades de qualificação
junto à Seção de Memorial da Câmara Municipal. O serviço é prestado para as
Câmaras do Interior, já tendo sido beneficiadas as Câmaras de Bagé, Caxias,
entre outras. E agora a Câmara de Itaqui.
Seja bem-vindo. Conte com o nosso apoio para levar
às nossas Câmaras do Interior justamente o que estamos fazendo aqui, na nossa
parte do Memorial, na nossa parte de organização interna.
O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. DJ
Cassiá, meu amigo, o senhor toca num tema, e o Ver. Haroldo de Souza também,
que é muito importante e muito grave para a nossa Cidade.
Eu tenho morado a minha vida toda, me criei na Vila
Santa Rosa, vi nascer a Vila Ramos, fui para a Vila Batista Flores, por lá morei
doze anos e hoje moro no Conjunto Residencial Rubem Berta.
Hoje a agressão, o tal de bullying - um nome até um pouquinho difícil, Vereador, mas como a
gente diz, cada um dá um nome diferente para as coisas -, para mim é agressão
pura e simples. E fico me questionando quando o senhor faz a seguinte pergunta:
quem são os responsáveis? É o pai, é a mãe, é o diretor do colégio, é o
sistema? Eu acredito, piamente, que o sistema está equivocado em algumas
partes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente veio para
respeitar o direito dos adolescentes. Mas será que lá está contemplado o
direito dos pais, o direito das pessoas? Tenho visto algumas “batidas” da
Brigada militar, onde muitos meninos abordados, de 16 anos, não são todos,
alguns, infelizmente, a primeira defesa que fazem é essa: “Eu sou menor; não
encosta em mim”. Lógico que a Brigada Militar não é para encostar, mas é para
encaminhar, isso dá para fazer.
Outra pergunta que V. Exª fez: é o pai, é a mãe? Eu
me pergunto, onde está a culpa do pai e da mãe, quando eles têm que trabalhar
para sustentar um adolescente de quinze, dezesseis anos?
Os pais são obrigados a deixarem os adolescentes
dentro de casa, porque não permitem que eles trabalhem. No meu tempo, e no seu,
e de outros aqui, com quinze anos estávamos no trabalho. Luta e luta para
ajudar, muitas vezes, até na alimentação de casa.
E hoje, o que acontece? O adolescente não o direito
de trabalhar, nem a obrigação. Ele pode fazer um estágio que, frequentemente,
paga trezentos reais, que mal e parcamente dão para a passagem e mais alguma
coisinha. Se ele tiver que almoçar na rua, os trezentos reais não dão para
nada.
Fico a me perguntar, o pai e a mãe vão ficar em
casa para cuidar do filho? E como fica o sustento? Se vai trabalhar, deixa o
filho solto. Quem consegue prender um menino de quinze, dezesseis anos dentro
do pátio ou dentro de um apartamento? Ele sai, vai à luta e vai procurar alguma
coisa para fazer. E aí se torna uma presa fácil para o traficante, para as
coisas ruins da vida. Precisamos ter uma reforma no Estatuto da Criança - ECA -
para também condicionar que tenha formas, para que esse menino possa trabalhar,
exercer uma atividade para o currículo dele e para sua experiência de vida.
Eu não me lembro, no meu tempo, em que trabalhava e
ajudava meus pais e os meus irmãos - e eles me ajudavam também -, que alguém
tivesse morrido. Pelo contrário, eu venho lá da periferia, e é um orgulho hoje
ser seu colega. Estar numa Casa que hoje representa Porto Alegre, e com o
consentimento da população, com os votos que me trouxeram aqui.
Muitos dizem que quem vem da periferia teria que
ser ladrão ou bandido. Não é verdade! Talvez lá tenha mais facilidade para
isso, porque muitas vezes a prioridade está na zona central da Cidade. O senhor
não vê na área central de Porto Alegre uma praça ocupada por moradias. O senhor
não vê isso! O senhor pode ver embaixo do viaduto, mas na praça o senhor não
vê. Se o senhor sair pela periferia, e nós vamos fazer isso agora, o senhor vai
ver que milhares de pessoas deixam de construir uma moradia melhor porque estão
em cima de uma área de praça; eles não podem gastar um recurso ali, porque eles
não têm certeza se vão permanecer ou vão sair. Isso faz dez, quinze anos que
eles estão lá, até mais, e aí ficam com medo. E aí eles não podem receber uns
metros de asfalto, porque estão em cima de uma área de praça; eles não podem
receber o esgoto, porque estão em cima da área de praça. Para energia elétrica
eles têm que puxar gato, porque é uma área de praça. Convençam-me, por gentileza,
de que essa área de praça vai ser praça algum dia. Não vai! Então, está na hora
de nós trabalharmos, todos, nos irmanarmos e trabalharmos na questão da
regularização fundiária e, principalmente, nessas áreas de praça. Quando
propusemos aquele Projeto que passou aqui, que foi aprovado pelos Vereadores,
para garantir a permanência dos moradores...(Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.)
Encerrado o Grande Expediente.
Passamos às
O Sr. Davi de Lima, Presidente da Associação
Comunitária da Vila Santíssima Trindade, está com a palavra para tratar do tema
sobre o reassentamento da Vila Dique.
O SR. DAVI DE
LIMA: Obrigado, Sr. Presidente. Em primeiro lugar, eu agradeço ao Sr.
Presidente, Nelcir Tessaro, por nos conceder este espaço aqui nesta Casa. Nós
estamos aqui, nesta tarde, para trazer ao conhecimento de todos os Vereadores a
nossa situação ali da nossa comunidade da Vila Dique. Nós estamos aqui com uma
parte da nossa comunidade; bem que poderíamos ter vindo com quatro ou cinco
ônibus, se fosse o caso, mas, Sr. Presidente, como no decorrer dos dias, fomos
muito bem atendidos pelo DEMHAB, não nos resta vir aqui a não ser para
agradecer, na sua pessoa, a maneira como estão nos tratando ali no DEMHAB.
Quero também agradecer aos demais Vereadores que têm ajudado, incansavelmente,
a nossa comunidade. Nós seríamos injustos se disséssemos que não são todos,
porque, de uma ou de outra maneira, nós seguidamente estamos aqui nesta Casa,
observando a maneira como os Vereadores dirigem a palavra à comunidade e também
à periferia, como acabou de fazer o nosso Vereador da Zona Norte. Com isso, é
notório que, dentro das comunidades, por mais longe que estejam, temos pessoas
que podem, com certeza, ocupar qualquer tribuna em nosso Município, em nosso
Estado e em nosso País.
Agradeço a Verª Maria Celeste, que muito nos tem
ajudado; a Verª Fernanda; o Ver. Nedel, que até fora de hora tem ido falar
conosco e ajudar de uma maneira ou outra. Ver. Nedel, muito obrigado, mesmo,
pelo que V. Exª tem feito pela nossa comunidade; o Ver. Comassetto; o Ver. Dib;
e o Paulinho, do bairro Rubem Berta, cuja maneira realmente temos visto como
está tratando as suas comunidades.
Queríamos, nesta tarde, pedir que esta Casa possa
nos ajudar “para ontem”, porque agora, no dia 24, deverão sair mais cinquenta e
duas famílias ali da nossa comunidade, e estamos indo para um lugar, Presidente,
onde não existe toda a infraestrutura, porque lá não temos colégio, creche e
não temos funcionando ainda o posto de saúde.
E falávamos, ainda nesta semana, com o Diretor do
DEMHAB, a respeito disso, e ele ficou de ver, juntamente com esta Casa, o que
poderia ser feito.
Sabemos que estão saindo, agora, no dia 24, mais de
cinquenta famílias dali; elas estão indo para a região norte da Vila Santa
Rosa, onde não há colégio. Nós estivemos em todas as escolas ali, procurando
vagas para as crianças, verificando, e sabemos que não existem. Foi em uma
Audiência aqui que conseguimos, juntamente com o Diretor do DEMHAB, um ônibus
para deslocar o pessoal daquela comunidade até os seus colégios. Isso ocorreu
no restante daquele semestre, e, depois, o ônibus não fez mais isso. Esse fato
está trazendo uma preocupação muito grande para as mães, para os pais ali. Nós
gostaríamos, realmente, que esta Casa, através da sua pessoa, Presidente,
pudesse nos ajudar, que pudéssemos ter, em nossas mãos, a convicção de termos
ali um ônibus, não para este resto de semestre - para terminar este semestre só
estão faltando dois, três meses -, mas que fosse para este semestre, para o
próximo semestre, até termos um colégio ali. Nós sabemos que há uma parte da
comunidade que já está lá, e uma parte da comunidade que está para ser retirada
dali, na qual estou incluído também. Então, vejo que para o pessoal que está
sendo deslocado, não há ônibus lá. Se não há ônibus, de que maneira essas
crianças, esses alunos vão frequentar a escola? Daí, como disse o Vereador que
acabou de usar a tribuna, que isso não é assunto do Estatuto das Crianças e dos
Adolescentes, que nós lemos muito, participamos, nós vimos que é hora, então,
de nos ajudar, Sr. Vereador, é hora de ajudar a nossa comunidade. Não só a
nossa, há outras também que vão ser movidas, mas tem que ver no sentido da
Educação, de termos ônibus para levar essas crianças para a escola.
Então, Sr. Presidente, nós gostaríamos de ter esse
crédito, esse voto de confiança da sua pessoa, de nós podermos dizer que, assim
que essas famílias forem para lá, que a empresa Carris, que é quem fez esse
trajeto, tivesse ônibus disponível para trazer as crianças até a Escola
Estadual de Ensino Fundamental Professor Ernesto Tocchetto, até a Escola Estadual
de Ensino Médio Professor Sarmento Leite, até o colégio no qual as crianças
estudam ali, porque, realmente, vai ser difícil. Nós estamos ainda correndo lá
para ver se conseguimos creche. Não há creche, a gente não conseguiu. Nós
corremos atrás, mas não conseguimos ainda nem uma creche para as crianças.
Então, isso está trazendo, para nós, uma preocupação. Nós estamos tentando
fazer uma parceria, depois que estivermos ali, com as crianças que estudam de
manhã e de tarde, para elas terem com que se ocupar, para que não venhamos
perder essas crianças para o outro lado. Nós sabemos que é difícil, mas sabemos
que não é impossível. Nem tudo que é difícil é impossível! Nós sabemos que esta
Casa é uma casa idônea, temos Vereadores aqui que saíram da periferia, que
sabem como é uma vila. Então, com certeza, não somos aqui demagogos em querer
dizer que é só em época de política, que é só em época disso, em época daquilo
que o nobre Vereador vai aparecer na nossa comunidade. Ela está aberta para
todos; nós somos apartidários, nós não temos, Ver. Tessaro, sigla nenhuma, a
não ser a nossa comunidade. Qualquer um é bem-vindo para conferir o que nós
temos ali.
Então, eu quero lhe agradecer, e pedir, na sua
pessoa, que fosse revista essa parte da Educação, da Saúde, que nós não temos.
Eu tive que ir, fora de hora, pegar pessoas, e levar no meu carro para o
Hospital Cristo Redentor, porque no posto não tinha mais como atender. Lá não
temos nenhum trailer que poderia
atender primeiros socorros. Não temos colégio, não temos saúde, que é uma
prioridade para nós.
Então, eu gostaria de - não sei como expressar,
talvez eu saiba, mas não consigo a maneira - colocar que nós estamos num lugar
onde não temos colégio, não temos um posto de saúde, e não tem como ficarmos
ali, a comunidade está meio em alvoroço. É complicado, pessoal!
Então, eu gostaria que todos os Vereadores dessem
uma olhadinha para a nossa comunidade da Dique, e fossem ali fazer uma visita,
conversar, para poderem ver o nosso projeto, onde vai ser a nova vila, e ver os
sonhos de cada morador. Nós não queremos aqui debater miúças, coisas de tinta,
coisinhas tão pequenas. Nós estamos vendo que temos que tirar o adolescente, a
criança, enquanto ainda há tempo, porque depois é mais difícil.
Então, muito obrigado, Ver. Tessaro. Mais uma vez
eu volto a pedir a sua atenção com relação à educação, que é a locomoção das
crianças à escola, e a parte da saúde, no que nós estamos muito a desejar.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convidamos o Sr. Davi a fazer parte da Mesa.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores aqui presentes, ilustre Davi, que se manifestou agora. Eu quero, em
primeiro lugar, registrar que tenho uma reunião agora, às 16 horas, aqui na
Câmara, a qual eu vou presidir, por isso estou falando em Liderança. Quero
registrar isto aos Vereadores que se inscreveram, inclusive antes do que eu.
Sobre o tema que o senhor traz aqui - eu confesso
que conheço bem aquela região, porque morei bem perto, mas faz tempo que não
vou lá - quanto ao transporte, quero dizer que o eu moro em Porto Alegre há
quarenta anos, mas, no mínimo, duas ou três vezes por mês, vou para o interior
Estado, para minha terra natal, à cidade de Dr. Ricardo, onde tem um sistema
que precisa ser copiado em Porto Alegre. Não é hoje que estou dizendo isso, eu
digo isso há bastante tempo. No interior do Estado existem ônibus pagos pela prefeitura,
com verbas também do Governo do Estado - e sei que o senhor sabe disso -, que
pegam o aluno, a criança na sua casa - 1º e 2º Graus e creche -, leva para a
escola ou para a creche, pela manhã; ao meio-dia, esse mesmo ônibus pega a
criança na escola ou na creche, leva de volta para sua casa; à tarde e à noite
faz a mesma coisa. Aqui em Porto Alegre não tem isso, Ver. João Dib. É um tema
bastante sério! Eu acredito que o Município teria que colocar transporte
público gratuito, como se faz no interior do Estado, para todo o estudante de
Porto Alegre. Por que o Interior pode e a Capital não, Verª Fernanda
Melchionna? Não é diferente! O Estado tem que colocar recurso também.
Se isso não acontece, meu caro Presidente, é
indispensável que isso ocorra, no mínimo, aonde vocês serão levados a morar, em
que não há escola e não há transporte! Então, o pleito de vocês é bastante
sério, é um tema bastante lúcido e necessário, e acredito que Porto Alegre
gastaria muito pouco para prestar esse grande serviço a vocês. É por isso que
estou aqui dizendo que é positiva a reivindicação, pois Porto Alegre não tem
universalmente esse serviço, Ver. João Dib, e acredito que deveria ter. Qual é
a diferença entre Porto Alegre, Encantado, Soledade e Bagé? Minha pergunta é
esta. Como não tem universalmente, que se tenha transporte, ao menos, e que se
atenda ao pedido de vocês. Por isso que estamos juntos para disputar esse
pleito que é bastante positivo e, diga-se, necessário, urgente e indispensável.
Como vocês saem de uma Região, vão morar em outra, sem ônibus para levar a
criançada, sem transporte para levar a criança para o colégio. É um pedido
mínimo, estamos juntos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; Sr. Davi, Presidente da Associação de Moradores; demais
representantes dos moradores que aqui estão, que trabalham com uma
representação dos diversos grupos dos comerciantes, dos moradores, daqueles
que, desde o primeiro momento têm comparecido a esta Casa e solicitado um
aporte, uma ajuda. Prontamente, a Câmara Municipal, no ano passado, coordenada
pelo Ver. Sebastião Melo, promoveu Audiência Pública na Região, que deliberou
um grupo de trabalho, no qual eu pude compor junto com o Ver. Toni Proença e
com a Verª Fernanda Melchionna, para que acompanhássemos, representando os
trinta e seis Vereadores desta Casa, a problemática do reassentamento da Vila
Dique para a Região Norte da cidade de Porto Alegre, especificamente para a
Vila Santa Rosa - Vila em que eu tenho um grande orgulho de morar há muitos
anos. Não nasci na Vila Santa Rosa, mas há muitos anos me criei e vivo lá, e
conheço muito bem aquela Região.
Quero também aqui dizer da nossa preocupação, desde
o primeiro momento do reassentamento, porque a Prefeitura Municipal de Porto
Alegre é que efetivamente necessitou fazer
o reassentamento por conta do aumento da pista do Aeroporto. Portanto, tanto a
Vila Dique como a Nazaré precisam de uma atenção, uma grande atenção desta
Casa. Quem precisou que os moradores fossem deslocados foi a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, e esse é o compromisso que ela tem de ter, desde o
início, e que me parece estar falhando em várias questões.
O Sr. Davi fez um breve relato aqui, e nós tínhamos
conhecimento de alguns problemas quanto ao número de famílias, do grupo de
trabalho que foi tirado, do problema dos comerciantes, que está a meio caminho
ainda, que não está resolvido, sei disso também, mas há uma disposição do
DEMHAB de tratar dessas questões.
Agora, o problema específico que nos é trazido aqui
é o da escola, que não há vagas nas escolas da Região. Já houve um arranjo para
as primeiras cem famílias que para lá se deslocaram, que não tinham um grande
número de crianças, e que foram colocadas nas escolas da Região. Então, quero
fazer um alerta: estão transferindo as famílias e não há vagas nas escolas para
as famílias que estão sendo transferidas. Portanto, é urgente que a SMED
coloque o ônibus que se dispôs a colocar no início das negociações.
Quanto à Saúde, também é imprescindível que a
equipe de saúde seja transferida. O Centro Comunitário está lá, portanto, há
como, provisoriamente, também a equipe do Programa de Saúde da Família ir se
transferindo para lá, para que essas famílias possam ter o seu atendimento.
E o terceiro aspecto, muito bem colocado pelo Ver.
Airto Ferronato, é quanto ao transporte coletivo. Como moradora da região,
quero dizer que há duas linhas de ônibus lá: uma delas servirá a apenas um
terço dos moradores; a outra, já está completamente estrangulada no seu
horário, no seu fornecimento de transporte para a região. É urgente uma decisão
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, junto à Secretaria dos Transportes,
para a colocação de linhas opcionais, extras, para aquela Região. Não é
possível transferir mil e duzentas famílias da Vila Dique, mais os da Vila
Nazaré, que tem um projeto para o entorno, e não disponibilizar, imediatamente,
linhas de ônibus para aquela população.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quando fui
Presidente da CECE nesta Casa, nunca tivemos nenhum tipo de dificuldade em
relação à Secretaria de Educação do Município, com o atendimento da atual
Secretária da Educação, a Srª Cleci. Eu gostaria de saber se a comunidade já
conversou com a Secretária para tentar dar um encaminhamento para essa questão
de falta de vagas. Muito obrigado.
A SRA. MARIA
CELESTE: É importante o seu depoimento e, como Presidente da Comissão, V. Exª
Pode, inclusive, nos ajudar nesse processo. No ano passado houve a disposição,
a Secretária esteve na Audiência Pública que fizemos lá junto à comunidade,
presidida pela Câmara Municipal, e ela se colocou à disposição. Ocorre que
nesse processo - vai terminar o meu tempo e eu não vou poder explicar...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Posteriormente, a Verª Maria Celeste pode retornar
com a inscrição de um outro Vereador para retomar o assunto.
Verª Maria Celeste, V. Exª deseja utilizar algum
tempo para concluir o seu raciocínio?
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, só para concluir, porque o Ver. DJ Cassiá me aparteou e
fez um questionamento, eu quero dizer que é importante que se retome essa
discussão com a Secretaria de Educação, porque no inicio havia essa proposta e
depois ela não foi operacionalizada, acabou não acontecendo. Então, é
importante agora o Presidente colocar à disposição e fazermos, quem sabe, uma
Audiência via Comissão ou mesmo uma ida à Secretaria de Educação para que a
Secretária coloque qual a disposição da Secretaria ou qual é o encaminhamento
para essas cento e quarenta famílias que estarão sendo reassentadas logo a
seguir. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Verª Maria Celeste. Foi só um
esclarecimento, porque para a pergunta que o Ver. DJ Cassiá fez não houve
resposta; com a permissão do Ver. Reginaldo Pujol, que, elegantemente, permitiu.
O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu me inscrevi em tempo hábil, sem me preocupar em ser o primeiro,
terceiro ou último, tão somente eu não havia percebido que se tratava do
período de Comunicações com tema especifico. Eu até ia desistir de ocupar este
tempo, cheguei até a oferecer à Verª Maria Celeste para
utilizar o mesmo, até porque observei, na manifestação do representante da
comunidade, Sr. Davi, que Vossa Excelência, Sr. Presidente; a Verª Maria
Celeste, a Verª Fernanda Melchionna, o Ver. Nedel, o Ver. Dib, o Ver. Paulinho
Ruben Berta já vêm tratando deste assunto. E obviamente que se V. Exas
estão tratando, e bem, do assunto, é desnecessária a preocupação de parte de
outros Vereadores.
Eu fico tranquilo;
acho que para quem tem esses padrinhos e essas madrinhas, esses probleminhas
que V. Exª levantou aqui são de menos e haverão de se resolver a contento,
justificando inclusive o seu reconhecimento ao trabalho que eles fizeram, o que
nos deixa muito satisfeitos. Afinal de contas, aqui as pessoas são empoderadas
por participarem de um colegiado, onde naturalmente o poder vem exatamente da
representação que eles detêm: a representação popular.
Como disse o Ver.
Airto Ferronato, não se trata de uma busca de prestígio eleitoral - eu me
lembro até da assembleia na sua região, onde houve várias colocações de que os
Vereadores só compareciam lá para buscar votos. Eu provoquei, na ocasião, pois
disseram que eu, pessoalmente, lá tinha comparecido com esse propósito. Não é
minha intenção criar polêmica em torno desse assunto. Acho que o problema da
transferência dos senhores para outro local é decorrente de uma exigência da
Cidade para a extensão da pista do Aeroporto. Evidentemente que há de ser feita
uma transferência com responsabilidade. Não haverão de tirá-los daquele local e
colocá-los noutro, por melhor que seja, onde não haja condição de estudos para
os seus filhos. Se houver esse fato, passa a ter razão o Ver. Ferronato. Tem
que dar as condições mínimas para o deslocamento dessas crianças para as
escolas onde houver as vagas necessárias para prosseguirem seus estudos. As
exigências do progresso da Cidade de Porto Alegre não podem ser feitas em
detrimento da educação dos seus filhos, das pessoas que moram na sua
comunidade.
Então, se houver
necessidade, e eu penso que não vai haver, porque obviamente que as pessoas
relacionadas aqui são altamente qualificadas, competentes e responsáveis, mas, se
eventualmente houver necessidade nesse particular e se houver necessidade de
interferência de outras pessoas, se não faltar mais ninguém, eu, modestamente,
me coloco à disposição. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, há
várias reuniões hoje na Casa. Às 16 horas, o Secretário Busatto tratará da lei
das carroças na Comissão Especial, e eu terei de me ausentar, razão pela qual
venho à tribuna, Sr. Davi; quero saudar o senhor e a comunidade.
Quero dizer que, primeiro, com muita tristeza, Verª
Fernanda, muitas vilas como a Nazaré e a Dique vão levar muitos e muitos anos
para serem reassentadas, mas elas, em razão do Aeroporto, estão sendo
transferidas, e muitas outras existem na Cidade em situações como aquelas. Esta
Casa se envolveu em sua inteireza nesta matéria, Ver. DJ; nós fizemos uma das
Audiências Públicas mais concorridas num sábado à tarde, lá na igreja, o senhor
estava lá; mais de trinta pessoas falaram. Ver. Toni, o senhor com a Maria e
com a Fernanda conduziram esse processo por intervenção da Mesa. Lá ficou
acertado o seguinte, Presidente Tessaro - o senhor conhece muito bem essa
matéria -, são cento e cinquenta pessoas que foram transferidos até agora, não
é isso? Mais cinquenta e poucas que irão agora. E ficou acertado que a Carris,
sim, através da SMED, traria as crianças para o colégio, porque ainda não tem
colégio lá, obra que vai demorar um pouco de tempo. Então os senhores têm
razão: o compromisso assumido tem que ser resgatado. Portanto, esta Casa, que
muitas vezes produz leis importantes e às vezes leis inócuas, tem que
fiscalizar, sim, esse é o seu papel. Aqui não é uma questão de um ou dois
Vereadores, é da Casa, porque teve uma Audiência Pública, teve um compromisso,
e tem Ata disso! Então, tem razão.
O Ver. Ferronato, que é um dos Vereadores mais
competentes desta Casa, tem uma formação excepcional, e, se ele disser de onde
vai tirar o dinheiro para pagar a passagem, nós podemos discutir essa matéria;
agora, eu não posso dar a passagem de graça para que outro pague. Hoje, quase
30% dos que andam de ônibus, em Porto Alegre, não
pagam o transporte coletivo, e não tem um centavo de dinheiro público no
transporte coletivo. Se eu convido cinco pessoas para almoçar, se os cinco
pagarem a conta, o valor da conta é um; se quatro pagarem, a conta é outra para
cada um; se três pagarem, a conta é outra, e se um pagar a conta é outra.
Então, tenho que fazer uma opção. Se eu botar dinheiro público e disser de onde
eu tiro esse dinheiro, está bem, vamos dar passagem de graça para todo o mundo,
tiro da Saúde, tiro do asfalto, tiro da creche, e dou a passagem de graça, não tem
problema algum. Agora, essa é uma decisão que os governos têm que tomar. Porto
Alegre não tem dinheiro público na passagem. Então, essa matéria é excepcional
no caso da Vila Dique e da Vila Nazaré. A Carris é uma empresa pública, houve
um acerto e, portanto, está sendo tratada “acupunturalmente”, mas não dá para
abrir isso e dizer: “Olha, agora nós vamos dar”. O Vai à Escola é um projeto
que está aí, a Verª Sofia sempre fala nisso, é verdade. Há limites, agora, não
se tem como fazer isso de forma generalizada.
Por isso, Presidente,
seu Davi, eu acho que nós não precisamos ficar apenas nesta questão pontual.
Aquela região tem recebido moradores de todos os cantos da Cidade, não há
segurança pública suficiente, não há colégio suficiente, não há creches suficientes,
não há infraestrutura suficiente. Aliás, Vereadores, estou terminando de
redigir um texto e vou protocolá-lo segunda-feira, porque eu quero propor que
esta Casa faça um debate, entre tantos que tem que fazer, sobre se esta Cidade
precisa de mais shoppings. Não é
possível que se abra um shopping em
cada esquina desta Cidade, e não pensem na infraestrutua. Agora, estão abrindo
mais um na Av. Nilo Peçanha, uma avenida que está absolutamente parada, digo
isso porque tem tudo a ver com o que eu estou dizendo. Nós precisamos tratar da
infraestrutura. Nós aprovamos, nesta Casa, eu era Vereador, João Verle era
Prefeito, Tarso era Prefeito, nós aprovamos o Sambódromo, e o Sambódromo não é
apenas uma pista de carnaval. Nós precisamos encontrar uma forma de financiamento
para transformar o Sambódromo em um equipamento que funcione a favor do povo,
daqueles que mais precisam, o ano inteiro, especialmente na área da Educação,
Presidente Davi. Nós temos um equipamento excepcional, gastou-se milhões,
vendeu-se ... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente Tessaro, meu caro Davi; colegas Vereadoras, Vereadores,
senhoras e senhores, a preocupação maior que eu tenho, evidentemente, é com os
moradores, com a casa, com um lugar decente para morar. Mas eu, há muito tempo,
tenho me preocupado com a educação e com a saúde das pessoas também, além da
moradia. Onde essas crianças estão estudando, aquele grupo que já está lá? E as
que estão para ir para lá? Eu já levantei essa questão há tempo com a SMED. É
um grande problema: as casas estão ficando prontas e a escola nem começou. E o
Posto de Saúde?
Então, essas são questões que me parecem estar
atrasadas e para as quais eu gostaria de ver soluções o mais rápido possível.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço pelo
aparte. É só para lembrar que na Audiência Pública que fizemos para tratar
desse assunto, lá na Vila Dique, num sábado à tarde, ficou estabelecido que,
por se tratar de um reassentamento, com casas novas, por um interesse da Cidade
de ampliar o Aeroporto, quem devia liderar todas essas questões era o DEMHAB. A
Câmara tem, sim, obrigação de fiscalizar, mas a liderança tem de ser do DEMHAB.
Ela transversaliza todo o interesse da comunidade, mas o DEMHAB tem de
transversalizar dentro do Governo. Muito obrigado.
O SR. ADELI
SELL: Eu gostaria, inclusive, se possível for, de fazer um Requerimento aqui
na minha fala, no sentido de que toda a degravação que é feita, logo em
seguida, fosse enviada para o Sr. Prefeito Municipal, e que esse fosse instado
a passar para os seus Secretários o que tem a ver com o tema: DEMHAB, Saúde,
Gestão, Governança, SPM, ou seja, todas as Secretarias, todos os Secretários
deveriam saber o que nós estamos tratando aqui, o que o senhor acabou de dizer.
Porque, muitas vezes, os Secretários não vão às comunidades. E havia, pelo
menos, num passado recente, alguns Secretários que nunca saíram de seus
gabinetes. Parece que, agora, esse modus está
mudando, parece que o Prefeito está dando uma “cutucada com vara curta”, e o
pessoal parece que está começando a sair dos gabinetes. Espero que isso aconteça
sistematicamente. Nós vimos, também, aqui na Câmara, para minha surpresa, pela
primeira vez em quase seis anos, o Secretário da EPTC veio numa reunião de uma
Comissão - não é, DJ Cassiá? Na primeira reunião que nós convocamos a EPTC, na
nossa Comissão, estava lá o Secretário da EPTC. É um bom sinal, porque nós
também teremos problemas de trânsito na Av. Bernardino Silveira Amorim, ou não
teremos? A Verª Celeste, que passa todos os dias lá, e outros que talvez
circulem por lá, sabem muito bem que temos problema de estrangulamento de
trânsito, também. Isto tem que ser muito bem estudado e planejado. Esta Cidade
está parando! Parando! O Aeroporto tem que sair! É uma demanda, é uma
necessidade imperiosa para a economia. Se o Aeroporto não tiver a sua pista aumentada,
não tem desenvolvimento econômico; as cargas não são feitas aqui, e nós estamos
perdendo dinheiro, empregos, porque a cada carga que sai do nosso Aeroporto tem
um monte de gente que acaba trabalhando em torno dessa tarefa, mas as famílias
que estão na ponta do Aeroporto, que estão sendo transferidas, têm que ter a
garantia imediata da Saúde, da Educação, de condições plenas de desenvolverem
as suas atividades e garantirem o seu bem-estar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, lideranças aqui presentes, senhoras e senhores,
comunidade da Vila Dique, quando falo, aqui, comunidade da Vila Dique, posso
falar referindo-me a todas as comunidades que vivem na periferia, que vivem nas
vilas irregulares da cidade de Porto Alegre.
Sr. Presidente, permita, antes de tratar
especificamente da Vila Dique, que eu aqui faça um registro. Na última
comunicação que fiz aqui nesta Casa, no Grande Expediente, tratando sobre as
políticas públicas, eu trouxe para cá um conjunto de críticas à Secretaria
Municipal da Saúde, e me referia a Belém Novo e ao posto. Quero dizer que, pela
primeira vez, no papel de legislador desta Casa, tive a honra de receber um
telefonema do Secretário da Saúde, Casartelli, agradecendo pelo trabalho feito
desta tribuna e dando sua resposta, dizendo que ele tinha, no script, como se o Posto de Saúde de
Belém Novo já tivesse sido reformado, mas que ele está chamando o projeto e que
segunda-feira nos dará a resposta sobre o cronograma. Quero fazer este registro
porque entendo que a postura dos Vereadores e a nossa, da oposição, é levantar
os problemas que existem.
Quando falamos da Vila Dique, falamos da Vila
Nazaré; quando falamos de Vila Nazaré, falamos
de Aeroporto; quando falamos de Aeroporto, falamos dos projetos do Governo
Federal; quando falamos de Vila Dique, falamos do Minha Casa Minha Vida; quando
falamos do Minha Casa Minha Vida, temos que falar da Política Municipal de
Habitação; falando da Política Municipal de Habitação, temos que falar de Plano
Diretor, temos que falar do Planejamento e temos que falar do DEMHAB,
minimamente. Esse é o contexto com que estamos aqui trabalhando.
Quero fazer um registro: em 2005, quando cheguei a
esta Casa, na CUTHAB, nossa Comissão, junto com a comunidade da Vila
Dique/Nazaré e do Aeroporto, discutíamos já a elaboração dos projetos, porque,
naquele momento já estavam depositados, na Caixa Econômica Federal, os recursos
para fazer o reassentamento. Nos meses de agosto e setembro de 2005, fizemos
uma reunião lá no Aeroporto com o Ministro das Cidades, Marcio Fortes, para tratar
do assunto “remoção da Vila Dique”. Lá estava a comunidade! Naquele setembro de
2005, lá foi afirmado e prometido que em dezembro de 2006 já estaria tudo
concluído, inclusive para fazer as obras de ampliação do Aeroporto. Pois,
pasmem - o Brasinha estava lá comigo, como membro da CUTHAB, junto com o
Presidente da Comissão, na época, o Carrion -, em dezembro de 2006, os recursos
que estavam na Caixa Econômica Federal seriam perdidos, porque, naquele
momento, o Governo do Estado, do Germano Rigotto, estava inadimplente para
poder assinar o contrato e receber os recursos. No gabinete do então Prefeito
Fogaça, a ação da CUTHAB, particularmente minha e do Carrion, foi a de ligarmos
para o Ministro Marcio Fortes - lá estava o Tessaro, que era Diretor do DEMHAB.
Foi prorrogado e aceito que o Município contratasse cem por cento dos recursos.
O que acontece é o seguinte: os recursos, todos eles, existem para a remoção da
Vila Dique, para a reestruturação da Vila Nazaré, para a ampliação da pista do
Aeroporto, e o projeto não anda. Aqui faço uma análise crítica no sentido de
que o problema é um problema de gestão pública do Município de Porto Alegre a
respeito dos projetos de reassentamento da Cidade, porque, se nós temos
demandas das comunidades carentes, há acordo para fazer as remoções, há dinheiro,
a área está comprada, por que não se efetiva? Gestão! Então, nós precisamos...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras,
Sr. Davi, da Associação; público, moradores e lutadores da Vila Dique, eu
queria trazer dois debates que parecem fundamentais neste momento de reassentamento
e, sobretudo, de preparação da Cidade para a Copa de 2014. Primeiro, a nossa
participação durante a Audiência Pública e as reuniões que foram feitas na
Câmara e na própria comunidade, no ano de 2009, para tentar encaminhar os
problemas relativos aos equipamentos públicos da comunidade. Em primeiro lugar,
eu queria registrar, Sr. Presidente, o que me parece um bom encaminhamento, Sr. Davi, a realização de Audiências
Públicas dentro da comunidade, porque assim os líderes, o pessoal do comércio,
os clubes de mães, aqueles que estão lá na ponta da comunidade podem intervir
também no microfone, e os Vereadores e Secretários podem ouvir a comunidade.
Não serve somente as comunidades ouvirem os Vereadores; nós achamos que seria
fundamental refazer essa Audiência Pública, porque dali saíram várias promessas
de encaminhamentos, e eu quero resgatar duas, Ver. Toni Proença, Verª Maria
Celeste, que participaram ativamente dessa luta durante o ano passado.
Primeiro, que a escola vai ser construída, que vai estar pronta até 2012, e
que, até lá, a Carris iria disponibilizar o transporte para que as crianças da
Vila Dique sigam estudando, porque não dá para esperar até 2012 para começar a
estudar, isso é lógico, é evidente. E, se isso não avançou, preocupa. Preocupa
a Câmara de Vereadores, preocupa, acredito, todos os Vereadores do Legislativo
Municipal, preocupa o nosso Partido, o PSOL - falo em meu nome e no nome do
Ver. Pedro Ruas, porque acompanhamos também esse debate -, e preocupa,
sobretudo, a comunidade, porque acesso à Educação é direito fundamental,
inalienável dos homens, das mulheres e dos moradores da cidade de Porto Alegre.
Transporte também, ainda mais em questão de segurança, porque nós estamos vendo
o problema que são as crianças de seis, sete anos tomarem ônibus ou irem a pé
para uma escola longe da comunidade. É inviável, impossível e, do ponto de
vista das políticas públicas do Município, é uma afronta à população.
Em segundo lugar, ficou de se dar um encaminhamento
para a construção, com prazos, dum posto de saúde lá na comunidade, e não me
parece que isso foi apresentado. Nós temos um novo Secretário de Saúde, o
Secretário Casartelli, que deveria partir dessa interlocução do DEMHAB com a
Secretaria da Saúde, mas, se não saiu, está na hora de a gente intervir direto
na Secretaria de Saúde, para perguntar qual é o cronograma e a previsão de
construção do posto e de instalação de uma equipe da Saúde da Família que possa
atender à comunidade da Vila Dique, porque a gente não agenda para ficar
doente, não é seu Davi? E ficar doente longe do equipamento público de saúde
torna mais difícil a vida para a comunidade. Sendo que esta mesma comunidade
apresentou... Não apresentou, ao contrário, percebeu e lutou por diversos
problemas nessa construção. Seja o problema do tamanho das casas, e, portanto,
primeiro o reassentamento das famílias menores, sejam os problemas do
transporte, da segurança, dos comerciantes, e muita coisa foi resolvida a
partir da própria mobilização, da luta da comunidade e do apoio, evidentemente,
daqueles que se envolveram nessa luta. Mas, para algumas coisas básicas que
tinham sido acordadas lá na Audiência Pública, me parece que está faltando
encaminhamento dentro do que a Prefeitura está apresentando para a comunidade
da Vila Dique, e isso, de fato, preocupa. Penso que uma boa alternativa seria
uma nova audiência para reivindicar que os Secretários fossem até lá, ou para
que a Comissão, junto com a comunidade, possa fazer essa interlocução.
E, para concluir, me preocupa, Ver. João Antonio Dib,
que a Copa de 2014 seja uma forma de construir uma cidade “para inglês ver” e
não de resolver os problemas sociais do povo da nossa Cidade, uma forma de
jogar o povo para mais longe e não fornecer os equipamentos e as políticas
públicas necessárias para combater a desigualdade social. Foi assim com os
camelôs, foi assim no centro da Cidade, tem sido assim o debate sobre vários
reassentamentos das comunidades, e nós lutaremos para que... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.) (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; nosso convidado no dia de hoje, Sr.
Davi, que é Presidente da Associação de Moradores, comunidade aqui presente; eu
estava ouvindo atentamente o pronunciamento dos meus colegas, como também o do
Davi, inicialmente. E o Presidente da Associação dizia, no seu discurso, de
algumas facilidades que ele teria, como o bom tratamento, mas, no final do seu
discurso, ele fez três reclamações pontuais. Primeiro, a creche; segundo, a
questão do Ensino Fundamental, Verª Fernanda; e, terceiro, a unidade de saúde.
E, nobre Presidente Tessaro, acho que nós temos que inovar um pouco nas nossas
reuniões das quintas-feiras. Quando se tratar de um tema dessa natureza, em
que, no mínimo, três Secretarias são citadas, elas deveriam estar aqui, porque,
na medida em que o Governo estivesse presente, já teríamos encaminhado algumas
coisas que são fundamentais para nós, como uma audiência pública ou uma reunião
na Comissão de Saúde. Isso pode servir como uma sugestão para o futuro. Então,
é importante que, nas quintas-feiras, Ver. Proença, quando há um tema
específico que exija uma resposta de algumas Secretarias, nós possamos ter a
entidade ou o cidadão aqui convidado e, também, as Secretarias que poderão
estar envolvidas naquela demanda pontual que a comunidade vem trazer, como é o
caso do dia de hoje.
Davi, sou Presidente da Comissão de Saúde da Câmara
Municipal, e gostaria que os senhores, em reunião da comunidade, pudessem
encaminhar para a Comissão uma sugestão, para podermos apoiar a iniciativa. O
senhor tem apresentado uma série de dificuldades de atendimento médico, não só
para os que já ali estão, como para os que serão transferidos. A sugestão seria
de que, enquanto não sair uma nova unidade de saúde ou não for instituída,
neste local, uma equipe de PSF, se atendesse às duas comunidades ao mesmo
tempo, alternadamente: um dia, numa comunidade; outro dia, nessa nova
comunidade. Porque nós sabemos que quatro anos para desenvolver totalmente o
projeto - a Copa é em 2014 - é muito. Se nós não encontrarmos uma alternativa,
enquanto o Governo não instituir um novo prédio para uma equipe de PSF, nós
vamos ficar nessa pendenga, numa situação difícil de ser resolvida. Então, eu
quero assumir o compromisso, enquanto Presidente da Comissão, de que, se a
comunidade encaminhar, a Comissão dará guarida imediata à solicitação, pedindo
que o Governo se pronuncie, ou até mesmo fazendo uma visita ao local, ou
chamando os senhores à Comissão de Saúde, para podermos, então, fazer essa
intermediação. Até porque nós sabemos que o serviço de Saúde em Porto Alegre
está aquém da expectativa da população, mas muito aquém!
Eu, como Vereador e Presidente da Comissão de
Saúde, estou dando uma trégua ao novo Secretário da Saúde. Mas já faz mais de
trinta dias, e ainda não vi nenhuma novidade, não vi nenhuma implementação de
um novo PSF, não vi nenhuma reabertura de unidade de saúde, não vi nenhuma
unidade de saúde reformada, não ouvi nenhum pronunciamento a respeito da
implementação e do aumento dos funcionários públicos com a definição clara de
um novo concurso público. Então, está muito demorado, o gestor está muito demorado!
Fizeram a transição já faz trinta dias. A Cidade não pode parar, o atendimento
médico não pode parar, as unidades de saúde ainda continuam distribuindo cinco,
sete, no máximo dez fichas para mais de vinte, trinta cidadãos que madrugam
para conseguir uma ficha. Os que precisam de uma consulta numa determinada
especialidade continuam levando seis meses, um ano para conseguir a consulta; e
os que precisam de uma cirurgia continuam esperando um, dois anos para
conseguir a cirurgia! E, depois, o discurso é outro. Ver. João Antonio Dib, que
é o Líder do Governo, é importante que o Governo perceba isso e traga a solução
para o cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
em Comunicações.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; às vezes, eu nem sei se adianta falar, mas
precisamos marcar o nosso tempo nesta Casa, neste plenário, todos os dias,
sempre que podemos.
Esses problemas de assentamentos, de vilas
irregulares, evidentemente que não são de hoje, Ver. Oliboni. Já vêm lá do seu
Governo, do dos outros, e é uma função! E prometem que vão resolver e não
resolvem; do meu Governo também. É um pavor!
Ver. Idenir Cecchim, V. Exª que foi Secretário e o
foi numa Secretaria que, quer queira ou não, mostrou um diferencial. E lembro
que, na oportunidade em que o Ver. Adeli foi Secretário da SMIC, também ele
mostrou um diferencial. Agora nós temos Secretários que nós nem sabemos se
existem. E é deste Governo e é dos outros, do Governo dos senhores, lá do PT
também, então, não precisam me aplaudir, porque é um problema muito sério!
Eu não sei se, de repente, quem sabe lá se um dia,
nós, Vereadores aqui unidos, possamos fazer um boicote. Mas não esses boicotes
de invadir prédios, de trancar ruas. É trancar tudo aqui nesta Casa e fazer com
que os Governos busquem olhar para cada Secretário. Aquele Secretário que não
produz manda embora!
E parece-me que, nessa situação da Vila Dique, não
é problema de uma só Secretaria ou de outra, é um problema bem complexo, mas
que precisa ser resolvido! Não dá para aceitar, por exemplo, que vão fazer um
deslocamento de uma quantidade considerável de famílias, e lá essas crianças
não têm colégio ou condução para irem ao colégio. Isso não tem sentido.
Nós estamos, todos os dias, falando dos crimes que
acontecem, dos assaltos, da construção de cadeia, mas é inadmissível que
tenhamos que falar o óbvio todo o santo dia!
Presidente desta Casa, há pouco tempo Secretário do
DEMHAB, vou lhe fazer uma provocação: diga-nos o que precisa ser feito? V. Exa
que teve uma passagem lá no DEMHAB, e lembro que fizemos muitas reuniões para
tratarmos dos assentamentos e reorganização dessas vilas, principalmente da
Vila Dique.
V. Exª, quando Secretário, lembro que teve um
trabalho de destaque, mas, claro, por questão de tempo, imagino, não tenha
conseguido resolver esse problema da Vila Dique. Eu vou pedir, se V. Exª tiver
disponibilidade de tempo, que nos diga alguma coisa: o que precisa ser feito lá
na Vila Dique e nas outras vilas para regularizá-las?
Agora, é inadmissível que ainda se discuta: “Não há
condução para levar as crianças aos colégios!” Mas isso é o necessário, é o
básico!
Nós, Vereadores - sinceramente, às vezes, eu acho
que sou um pouco reacionário -, deveríamos nos unir, independente de Partido
político, e fincar pé aqui até resolvermos os problemas. Tenho certeza de que
algumas Secretarias iriam encontrar um caminho para resolver, porque me parece
que isso tranca na burocracia do Poder Público. E muitos - muitos - não sabem
buscar alternativas.
Sempre nós vamos encontrar alternativas, não
importa em que segmento profissional. Agora, se esses técnicos, esses
secretários, enfim, esses políticos não encontram um pouquinho de criatividade
para propor mudanças - meu Deus do Céu! -, o que nós vamos ficar fazendo aqui a
vida inteira? Só discurso? Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Bernardino Vendruscolo, quero-lhe dizer que
quando eu utilizar o meu tempo de Comunicações, vou responder o seu
questionamento, com todo prazer.
Quero comunicar ao Ver. Oliboni que, até há poucos
minutos, estava aqui a representante da Secretaria Municipal de Saúde, a Srª
Tânia Couto, que, com toda certeza, levou e vai levar ao conhecimento do
Secretário a reivindicação.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em
Comunicações.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; Davi, em seu nome, quero saudar os nossos vizinhos lá da Zona
Norte. Eu sou da zona Norte, e quero dizer que eu passo pela Vila Dique, desde,
no mínimo, antes de construir a ponte; depois construíram a ponte, e isso já
faz muitos anos.
Eu estava escutando os Vereadores que aqui se
pronunciaram, e dava a impressão que nesses últimos vinte anos aquilo lá era
uma maravilha e não é. Tudo o que tem lá na Vila Dique foi construído pelos
moradores. O Poder Público, nesses vinte anos, não conhecia a Vila Dique. Lá
tem a creche, porque o Rotary Clube da Zona Norte ajudou; tem o Galpão, porque
alguma entidade ajudou. E o PT, que ficou dezesseis anos no Governo, não
olhava, não, muito para a Vila Dique - nunca olhou muito!
E nós temos que, quando forem mudadas as famílias
para lá, dar condições para essas pessoas. O nosso Presidente foi o Secretário
da Habitação, e eu lembro que ele, pessoalmente, cuidou da desapropriação
daquele terreno para que o projeto andasse mais rápido; cuidou para que as
famílias não fossem jogadas lá no outro lado, e fez rápida a infraestrutura
necessária. Aquela infraestrutura que o PT nunca deu para esses moradores da
Vila Dique; nunca deu para a Vila Dique, nunca deu para a Vila Nazaré - e eu
falo isso porque eu moro lá perto -, na Dona Alzira. Eu passo lá, conheço, e
quero dizer que a Vila Dique, para mim, nunca foi perigosa. Eu sempre passei
por lá e nunca tive problema nenhum, porque lá há muita gente, e a maioria
trabalha muito para poder se manter naquelas condições, para manter o seu
pequeno negócio, o seu pequeno armazém ou bar; para manter o seu cavalo perto,
que os ajuda a trabalhar; enfim, as pessoas não têm culpa de o Poder Público
ter deixado, por dezesseis anos, aquela Vila. Agora, não venham aqui, querer de
uma hora para outra, Ver. Aldacir Oliboni, resolver os problemas que em
dezesseis anos não foram resolvidos. Vocês têm aqui neste Vereador um parceiro,
têm na Bancada do PTB, do PP, de toda a Bancada da base, inclusive da oposição,
certamente, tem apoio. Mas vocês não podem ser usados por nenhum Partido,
porque vocês são maiores do que os Partidos. As pessoas têm que ser respeitadas
pelo que são, e não por quem quer fazer discurso em cima delas. Por que não
fizeram esse discurso antes? Por que não cuidaram, há quinze anos, para ter um
lugar digno para vocês morarem? Por que teve que vir o Aeroporto para vocês
serem enxergados? Vocês não foram vistos pelo PT nesse tempo todo? Vocês só
foram vistos, porque se precisou fazer a ampliação do Aeroporto? E vamos fazer
a ampliação do Aeroporto, a Infraero quer fazer. O Ministro Marcio Fortes - e
eu estava escutando o Ver. Comassetto, e parecia que ele e o Ver. Carrion
mandam lá no Ministério - é um Ministro do PP, do Partido do Ver. Dib,
competente Ministro do PP.
Então, não vamo-nos enganar e, muito menos,
permitir que usem os moradores da Vila Dique e da Vila Nazaré para fazer
discurso. Contem com o nosso apoio, mas sem demagogia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Davi, comunidade da Vila Santíssima
Trindade e representantes que aqui estão. Em primeiro lugar, quero lamentar a
manifestação político-partidária feita neste momento, e que, na minha opinião,
é equivocada no sentido da sua avaliação, porque, se não me engano ou não me
esqueço, quem encaminhou todo o Projeto da ampliação do Aeroporto, inclusive
com a realização da Av. Severo Dullius, e com a remoção já de outras famílias
para viabilizar, foi a Administração Popular!
A Escola Migrantes, acho que V. Exª não conhece, mantida pela
Administração Popular e reconstruída pela Administração Popular, e o espaço da
antiga escola foi cedida pela comunidade. A creche comunitária foi conveniada
em nossa época, com formação, com apoio. Aquela comunidade, na verdade, é
guerreira, sofredora, e foi para o Orçamento Participativo, muitas vezes, Sr.
Davi. E eu também já caminhei, muitas vezes, até a ponta da Vila, dos dois lados, nunca tive medo. É uma comunidade
pacífica, uma comunidade ordeira, uma comunidade que nunca deixou a bandidagem
tomar conta. É um orgulho para a nossa Cidade ver a garra daquela comunidade.
Se antes não aconteceu, temos que olhar
também, há seis anos, o Governo Fogaça, em que não aconteceria a grande
mudança, porque as coisas têm um tempo, e a parte que a Prefeitura tinha que
fazer, ela foi fazendo. Vamos lembrar o quanto demorou o Governo Fogaça para
definir uma área, para utilizar. Quase perdeu os recursos do Governo Federal -
é o Governo Lula, sim, que está colocando recursos para a dignidade da Vila
Dique, agora, agora! O processo que o Prefeito Fogaça fez foi desastroso, que,
aos pouquinhos, pela luta da comunidade, porque nós já ouvimos a Vila Dique em
Audiência Pública, em Audiência aqui, em Comissão, em manifestação lá, fechando
a Dique, para que o Prefeito Fogaça e seus Secretários os escutassem.
Tenho notícias de que estão fazendo algumas
adequações, usando duas casas para famílias maiores, porque era um absurdo o
que foi proposto, com famílias com mais filhos terem que se adequarem em casas
diminutas. Segue o problema. Aparentemente, está melhorando, existe algum
diálogo, mas o problema foi aqui relatado pelo Sr. Davi. Eu quero fazer uma proposta
concreta nesse sentido, porque nós já tentamos intervir no tema da Educação,
sugerimos à Secretária Marilú para trabalhar com o espaço da Escola Estadual de
Ensino Fundamental Poncho Verde, porque nós sabíamos que a Escola Municipal de
Ensino Fundamental Migrantes iria demorar, e a Diretora da Estadual de Ensino
Fundamental Poncho Verde conta com um grande espaço na área lá, uma Escola
Estadual, atende as crianças na Vila Amazônia, ali perto, há uma área
lindíssima. O Município poderia ter construído salas de madeira, bonitas,
emergenciais, e as crianças ficariam estudando lá perto.
Então, isso foi sugerido
pela Comissão de Educação à Secretária, e a Verª Maria Celeste sabe os vários
momentos em que tentamos apontar alternativas para não chegarmos ao problema
que está hoje. Eu vou sugerir - tentei ligar para a Verª Juliana, mas neste
momento ela não pôde me atender - que a Comissão de Educação, Cultura, Esporte
e Juventude abra uma pauta específica para tratar do tema Escola Infantil,
Ensinos Fundamental e Médio, para garantir que todas aquelas famílias que vão
para lá sejam atendidas com dignidade, porque a Vila Dique encaminhou o Posto
de Saúde da Família lá, encaminhou uma lista de jovens que não estuda, Ver.
Sebastião Melo, no Ensino Médio, porque não tem passagem de ônibus. Com esta
lista da Vila Dique, eu abri processo de inquérito civil público no Ministério Público para
exigir transporte gratuito, pois meia passagem não basta para os jovens pobres,
porque eles têm direito ao Ensino Médio. Então, Davi, se vocês aceitarem, a
Comissão de Educação vai tratar especificamente do atendimento em educação para
a comunidade de vocês.
Parabéns por sua luta, e que recebam mais respeito,
que tenham mais diálogo com vocês, porque não se faz uma transferência desse
tamanho sem ouvir a comunidade, sem atender às suas necessidades para melhorar
de vida, e não simplesmente deixar de trabalhar uma obra por interesse dos
governos.
Parabéns pela sua luta, e contem conosco. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Presidente
Davi, amigo de longa data, conheço o seu trabalho. Ver. Idenir Cecchim, eu
estou há quase seis anos na CUTHAB, e o Ver. Raul Carrion trabalhou muito nesse
assunto da Vila Dique, trabalhou intensamente. O Ver. Comassetto lembra como
trabalhou e, mais ainda, quando, às vezes, não tínhamos plenário para debater o
assunto, o Ver. Raul Carrion chegava a arrumar o plenário da Caixa Federal, e
lá íamos trabalhar, por circunstâncias que não nos permitiam usar o Plenarinho
na época, Ver. Nelcir Tessaro, para debatermos o assunto da Vila Dique.
O que mais me impressionava e eu cobrava muito era
a contrapartida da Infraero, porque a Infraero não ofereceu nada em
contrapartida, e ela deveria ter entrado para ajudar, porque, se os moradores
estão morando ali há vinte, trinta anos, é um direito adquirido dos moradores.
São pessoas dignas, trabalhadoras, honestas e que cumprem com suas obrigações.
Eu quero dizer mais ainda: o Ver. Nelcir Tessaro,
quando esteve no DEMHAB, também trabalhou intensamente, lutou, e, se hoje tem
aquele loteamento da Vila Dique, Presidente Davi, isso se deve ao trabalho
intenso do Presidente Nelcir Tessaro. Com certeza, ele trabalhou e lutou muito,
mas também a Comissão, a CUTHAB, da qual eu faço parte há seis anos, sempre vem
debatendo este assunto.
Eu conheço bem a Vila Dique, porque também são meus
vizinhos, Ver. Idenir Cecchim. É uma Vila que oferece perigo para os carros
transitarem, mas as pessoas têm os seus trabalhos perto; tem tudo, tem
supermercado, tem colégio. Eu acho que não há nada mais digno do que oferecer
às crianças, que tanto precisam estudar, um transporte gratuito, ou, quem sabe,
até algum tipo de bolsa para ajudar essas crianças e as pessoas que precisam.
Então, eu quero dizer, mais uma vez, Presidente Davi, que eu certamente sempre
estarei ao lado de vocês, e gosto muito de vocês, porque eu praticamente morei
na Vila Dique, eu tinha os meus parentes que moravam ali. Tenho certeza
absoluta de que todos vocês permanecem lá com a esperança de um dia ter o seu
teto legalizado, a sua casa, com dignidade e com trabalho.
Quero dizer à Verª Sofia Cavedon que eu tenho
certeza da sua luta, mas V. Exª também deveria se lembrar de um pouquinho mais
lá atrás, Vereadora. V. Exª fazia parte daquele Governo, Vereadora, daquele
Governo de dezesseis anos; V. Exª poderia ter cobrado, e quem sabe os moradores
hoje já estariam definitivamente morando em suas casas, com dignidade, mas hoje
ainda os moradores continuam trabalhando, lutando muito pelo seu teto.
Eu quero dizer que certamente o Prefeito Fogaça foi
um Prefeito que encaminhou bem essas negociações, mas eu ainda acho que ele
deveria ter cobrado da Infraero, ter entrado com uma contrapartida, com alguma
participação para essas pessoas que moram lá há mais de trinta anos, para, quem
sabe, terem uma remuneração e terem o seu teto.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, só
para não transitar em julgado, quando ouvimos que o Governo Lula está botando
dinheiro, é verdade! Mas tem que se dizer que grande parte desses recursos ele
está emprestando. A Caixa Econômica Federal não está dando dinheiro; a
Prefeitura terá de pagar. Então, esse tal de PAC é mais “pague” do que PAC,
porque tem que pagar tudo o que esse tal de PAC empresta! Quem escuta esse
pessoal falar... Parece que o Governo Federal está dando dinheiro! Não! Ele não
está fazendo nada de graça, está emprestando dinheiro, e vai cobrar, e muito
caro, da Prefeitura.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, lideranças da Vila Dique aqui presentes, senhoras e senhores; vir a
esta tribuna como base do Governo Fogaça, que abandonou a Cidade, fazer
discurso fácil é muito tranquilo. O Ver. Cecchim teria que fazer aqui uma
autocrítica, em nome do Governo Fogaça, pelos projetos que não realizaram e
pelos recursos que perderam. Esta que é a discussão que temos de fazer, meu
querido Ver. Cecchim.
Nos dezesseis anos do Governo da Administração
Popular, todos os conjuntos habitacionais que construímos foram com recursos
próprios da Prefeitura. E para todos eles, meu amigo Davi, aqui presente,
Presidente da comunidade da Vila Dique, chamava-se a comunidade, discutia-se,
identificava-se o tamanho da família, decidia-se a tipologia a ser construída,
acordava-se a remoção ou a transposição; nenhuma família ia a contragosto,
todas elas concertadas, e não tinha um centavo do Governo Federal!
Ver. Idenir Cecchim, o Governo que V. Exª apoiava,
de Fernando Henrique Cardoso, não mandava um tostão para Porto Alegre - isso
tem que ser dito -, e o Governo Lula passou a trabalhar de uma forma diferente
com os Municípios e com os Estados. Senhoras e Senhores, sabem quanto tem de recurso
aprovado só para o Município de Porto Alegre? Quatro bilhões, novecentos e
sessenta milhões de reais, e eu poderia dizer aqui uma por uma das obras.
O que tem acontecido? O Governo Municipal tem
perdido esse dinheiro ou não realizado as obras, por falta de gestão pública!
Esta é a diferença, Ver. Cecchim, do debate aqui. Por que a Vila Dique não está
reassentada? Ou melhor, prezado Davi e comunidade, por que o Governo Municipal
não realiza um diálogo com vocês para discutir o tamanho da moradia, para estudar
o reassentamento daquelas famílias, para resolver o problema da geração de
renda, para decidir antecipadamente onde vai ter escola e posto de saúde?
Nós fizemos dezenas de reuniões na CUTHAB, a pedido
da comunidade, buscando esse diálogo com o Governo - o Governo atual -, e falo
aqui da gestão do Fogaça, que abandonou a Cidade com dezenas de problemas,
entre eles o do Aeroporto.
Sabem quanto há de dinheiro já destinado para as
obras de ampliação do Aeroporto? Mais de duzentos milhões de reais, que estão
depositados na Caixa Econômica Federal, e não são executados, porque falta
projeto! Qual é o projeto que falta? O projeto de trabalhar com essas
comunidades de uma forma digna e competente. É isso que nós estamos discutindo
aqui.
É verdade que muito desse dinheiro que está vindo
do Governo Federal é a título de empréstimo. Mas, antes, nem empréstimo havia!
O dinheiro habitacional para os senhores e para as senhoras, cem por cento dele
é a fundo perdido, é dinheiro subsidiado, e cem por cento dele é do Governo
Federal. Para cada habitação dessas, são quarenta e dois mil e quinhentos reais
que saem da Caixa Econômica Federal para a Prefeitura contratar as empresas
para executarem os projetos. É isto que tem que ser dito.
É por isso a vinda de vocês aqui hoje. Eu acho que
já é a décima vez que debatemos o tema da Vila Dique e da Vila Nazaré aqui na
Câmara. Fica o compromisso de resolver os problemas, e os problemas voltam,
porque não são encaminhados. Esta é a diferença... (Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, meu caro
representante da Vila Dique, meus senhores e minhas senhoras. A Vila Dique tem
mais ou menos vinte e seis anos. Eu assisti ao começo da Vila Dique, eu era
Prefeito, não estimulei, pois achei que não devia ser lá colocada.
Agora, eu acho muita graça... Eu acho que é muito
importante que eu olhe o ontem, eu viva o hoje e pense o amanhã. Isso é
importante! Ocorre que - até pelos cabelos brancos que eu não tenho - eu vivi
muito tempo nesta Cidade, mais do que os últimos cinquenta anos, e não era nada
como estava sendo dito agora pelo nobre e querido Vereador Carlos Roberto
Comassetto. Eles não tinham nada de diálogo. Não tinham diálogo, não! E vou dar
um exemplo. De repente, quando falam lá na vila, pode ser que na vila não haja
interesse, não haja preocupação com os demais, então, vou ficar no Centro da
Cidade. E vou ficar na Rua Lima e Silva com a Av. Loureiro da Silva. Sabem como
é que eles tiraram as pessoas que ali estavam, como era o diálogo deles com as
pessoas que ali estavam? Com retroescavadeira. Dialogaram brilhantemente. Já
foram derrubando, e as pessoas já foram para o Pronto Socorro. E, quando as
pessoas vieram aqui na Câmara de Vereadores para falar sobre a violência
sofrida, e sobre o que estava acontecendo, foram ao meu gabinete, e até hoje é
discutível quem era o dono do terreno.
A Verª Maria do Rosário, minha querida amiga que eu
chamo de tia, a minha tia Maria do Rosário, porque uma das mulheres que foi
patrolada, triturada pela retroescavadeira, falou mais alto com a Vereadora, e
ela saiu chorando, sentiu-se magoada. “Ai! Fui ofendida!” E a pessoa que teve a
sua casa derrubada, ainda com as pessoas dentro?
Que espécie de diálogo é esse? Agora, querem
diálogo!
Eu, quando fui Prefeito, me pediram - e vou repetir
isso aqui - que eu colocasse água lá na Vila Dique. Eu disse que não colocaria,
porque a Vila Dique teria de sair dali, porque o Aeroporto tinha que crescer.
Não é de hoje que o Aeroporto tem que crescer. Nos dezesseis anos deles também
tinha que crescer. E, também, havia recursos da Infraero.
Agora, vêm dizer que “o Prefeito José Fogaça saiu
da Cidade!" Não, o Prefeito José Fogaça deixou a Prefeitura, porque o seu
Partido exigiu dele isso, exigiu dele esse sacrifício. Diferente do Tarso
Fernando que deslocou o Fortunati, que seria o candidato natural do PT, para
ser ele o candidato a Prefeito. O Prefeito venceu a eleição e abandonou a
Cidade, depois de juramentos de que não a abandonaria. Para que isso ocorresse,
ele ainda tirou o Olívio Dutra do caminho. Então, não venham falar essas coisas
aqui, porque tudo isso é bobagem! Nós temos que ter seriedade.
Agora, por que nós temos todos esses recursos de
financiamentos do PAC, esse pacote aí, com que estão querendo empacotar a
população? Porque a Prefeitura tem capacidade de endividamento. Nós podemos
fazer empréstimos não de cinco bilhões de reais; nós podemos fazer empréstimos
de vinte bilhões de reais, porque nós temos capacidade de endividamento. Até
porque nós pagamos as contas do Partido dos Trabalhadores. O primeiro ato do
Prefeito Fogaça - deste que eles falam tão mal; só se fala mal de poderosos,
dos pequenos não se fala mal, mas é porque eles acham o Fogaça maravilhoso,
então eles têm que repetir a toda hora -, na primeira semana de Governo, foi
pagar cinco milhões de dólares que eles não pagavam há um ano, e a Prefeitura
tinha perdido o crédito! Mas hoje a Prefeitura tem crédito. O Fogaça colocou as
contas em ordem. Só isso seria... (Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Tessaro; Sr. Davi, representante da Vila Dique;
Vereadores, Vereadoras, senhores que nos assistem; Ver. João Dib, eu não lhe
confiro autoridade para falar sobre assuntos do meu Partido. Acho que o senhor
tem autoridade para falar da Arena, do PDS, do PP, mas, desculpe-me, o senhor
não tem autoridade para falar em assuntos do PT, pois não os conhece. Quero
fazer esse destaque, porque não lhe dou aparte para cometer injustiças e para
emitir opiniões sobre assuntos que o senhor não conhece do meu Partido.
Lamento, e desculpe-me.
Em relação à comunidade, é bom que se diga que a
comunidade da Vila Dique está aqui desde 2005, quando veio aqui na CUTHAB; na
CEDECONDH, veio em 2006, pelo menos quatro ou cinco vezes,
para salvar o dinheiro das emendas dos Deputados Federais, para a aquisição das
áreas, para modificar os projetos, porque o projeto original era uma casa
embaixo e outra casa em cima, de proprietários diferentes, inclusive com a
possibilidade de ter um cavalo no vizinho de baixo, com a possibilidade de o
projeto ser ampliado. Isso tudo, que é muito pouco, ainda foi conseguido aqui
graças ao Movimento, graças à reação. Sinto que, na época, o Presidente, Ver.
Tessaro, que era o Diretor do DEMHAB, não teve mais recurso, porque, se tivesse
recurso, teria feito um projeto maior, inclusive para ampliar os terrenos. Sei
que não foi por sua vontade, mas porque a Fazenda não deu os recursos e não deu
o apoio necessário para melhorar inclusive o projeto, o que obrigou a aquisição
de uma área única de vinte e um hectares, ao lado do Sambódromo, para acomodar
todo mundo. Aí, tem que se fazer o projeto do jeito que dá, pelos recursos que
foram disponibilizados pela Fazenda.
Nesse sentido, quero
fazer uma defesa da sua atitude, Ver. Tessaro, mas era necessário que o projeto
tivesse tido mais espaço, pelo menos terrenos com maior tamanho para prever as
ampliações, e uma casa que pudesse acomodar melhor as famílias no futuro. Para
isso, infelizmente, o senhor não teve o apoio da Fazenda e não conseguiu
produzir o projeto. A gente sabe disso.
Agora, também quero
resgatar aqui que essa luta, que o projeto de reassentamento da Vila Dique e
Nazaré, é uma luta antiga, sim, inclusive esses projetos foram encaminhados
pela Administração Popular, pelo Prefeito Tarso Genro, pelo Prefeito João
Verle, para o Governo Federal. No entanto, o Governo Fernando Henrique nunca
mandou recurso para nada; não era só para a Vila Dique e Vila Nazaré, porque os
grandes projetos de reassentamento habitacional dependem de somas vultosas de
recursos e, se não há uma parceria do Governo Federal, é impossível fazer o
reassentamento necessário. No entanto, o Governo Lula, pelo bom governo que
está fazendo, viabilizou esses recursos. São trinta e três milhões, a fundo
perdido, dinheiro do Orçamento Geral da União que vem para o projeto do
reassentamento somente da Vila Dique. Essa é a parte que compõe a parceria do
Governo Federal. É verdade que a Infraero é uma empresa do Governo Federal e o
Aeroporto pertence à Infraero, uma empresa do Governo Federal que tem o
objetivo de fazer e produzir as condições para a ampliação da obra, que é uma
obra do PAC. Agora, é preciso que se diga, que se reponha a verdade, meu caro Ver. Cecchim:
o dinheiro que veio para a Vila Dique, uma grande parte, é a fundo perdido, é
dinheiro do Orçamento Geral da União, que não veio em nenhum outro governo
anterior, que só veio agora. E se dependesse da nossa vontade, o Projeto teria
tido uma discussão muito maior, com terrenos mais ampliados, com possibilidade
de melhoria, de ampliação das casas, no futuro, para acomodar as famílias; foi
conseguido uma certa melhoria aqui por nossa luta, da Câmara, da COSMAM, mas não
o suficiente, não aquilo que deveria ser para que se tornasse um Projeto que
satisfizesse a vontade de vocês.
As outras coisas aqui discutidas só temos que
lamentar, porque discutimos lá na Igreja e nada foi encaminhado. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DJ
CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; quero cumprimentar o líder da
comunidade aqui presente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro
lugar, quero dizer aos senhores que eu tenho um Partido, pertenço a um Partido,
mas, antes do meu Partido, eu estou aqui para defender o povo. Estou aqui,
antes de qualquer coisa, para defender o povo. E quero dizer aqui aos senhores
e às senhoras que jamais eu vou lotar um ônibus, um carro ou seja o que for,
para, muitas vezes, driblar, dar um discurso demagogo. Claro que não é o caso
das pessoas que passaram por aqui agora, até mesmo porque há muitos políticos
que no dia que acabar a desgraça do povo, acaba o discurso deles!
Eu quero dizer mais para o senhor, Davi: sou seu
parceiro, sou parceiro da comunidade, não para ofender e dizer que aquele não
fez ou outro deixou de fazer, porque, infelizmente, um empurra para cá, outro
empurra para lá, e quem fica pagando o preço é a comunidade.
Eu quero dizer para o senhor e para a sua
comunidade que eu sou parceiro para ligar para a Secretária de Educação, pois
tenho certeza e convicção de que ela nos receberá, porque é do seu feitio, é da
sua atitude, pois, se não fosse assim, eu não estaria falando. Eu tenho
acompanhado todo o trabalho da Secretária de Educação, e os senhores devem
saber que se houve um Governo que fez revolução em Educação Infantil, esse
Governo é o do José Fogaça.
Agora, eu não tenho dificuldade, como eu nunca
tive, de vir nesta tribuna, meu Líder, para dizer as coisas boas que o Lula
está fazendo. Não tenho! Bato palmas para ele, porque eu rezo, todos os dias,
para que cada Governo que vier a assumir o Poder, seja no Município, no Estado
ou Federal, faça alguma coisa por aqueles que precisam. Eu não fico triste. O
Lula não é do meu Partido, mas eu fico feliz!
Agora, há muitos políticos que ficam tristes quando
o Governo faz uma creche ou uma nova escola para a comunidade. Eu não fico
triste. Também quero dizer que eu jamais vou subir a esta tribuna para agredir
qualquer Partido ou qualquer companheiro, de forma alguma; posso até
questionar.
Eu quero finalizar, dizendo ao senhor e à
comunidade: não se deixem ser usados; reivindiquem, lutem pelos seus direitos,
mas não permitam que determinados políticos usem as senhoras e os senhores para
alimentar o seu discurso demagogo.
Finalizo, dizendo que sou parceiro de vocês, sou
parceiro do senhor, para ir à Secretaria de Educação, para ir ao DEMHAB, seja
onde for. “Tamo junto e misturado!” Estou com vocês! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito ao Ver. Mauro Pinheiro que assuma a
presidência dos trabalhos.
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; comunidade aqui presente, quero
dizer, Ver. João Bosco Vaz, que não estamos aqui na Câmara de Vereadores para
fazer comparação com governos, com secretários, com ninguém. Eu sempre digo:
nós somos trinta e seis Vereadores da Cidade e não dos Partidos. Aqui nós
representamos a Cidade, não importando as cores partidárias dentro da Câmara de
Vereadores, isso é o mais importante, somos Vereadores para resolver e ajudar o
Prefeito a resolver os problemas da Cidade.
Então, cabe-me - o Ver. Bernardino me provocou, e
eu faço uma questão aqui, é muito importante, o Ver. Bernardino não está no
plenário - dizer ao Vereador que é evidente que nós trabalhamos muito, o Ver.
Cecchim sabe porque ele ajudou, naquela época, buscar aquela área, porque
existia um outro projeto naquele local, um projeto mais amplo, e não havia e
não houve uma possibilidade de negociação, até que tivemos que fazer
judicialmente a desapropriação daquela área. Então, foi uma luta, porque,
senão, a comunidade estaria lá na Rua João Paris, um local muito longe.
A Verª Sofia falou que não houve tantas reuniões
com o Secretário, naquela época, de que não se mantinha esse hábito. Quero
dizer que nós, com a comunidade da Vila Dique, fizemos muitas reuniões,
inclusive na comunidade, no próprio local da área. Era um costume fazer, e
fazer com que as coisas fossem realizadas. Nós tínhamos lá um projeto que foi
apresentado à Caixa, que, talvez por uma questão ou outra, não tenha tido
condições de acontecer na realização, mas, em 2007, com o projeto apresentado e
também em reuniões feitas com a Saúde, com o DMLU, com a Governança, com a
Gestão e também, na época, com a Secretaria Marilú, nós acordamos que as
primeiras obras que seriam construídas, pela ordem, seriam: a associação
comunitária, para ali reunir as famílias e fazer o acompanhamento das obras;
segundo, a escola; terceiro, o galpão de reciclagem - estava aqui o Jairo, o
representante do DMLU, agora há pouco, e ele sabe disso, porque participou
disso -; quarto, o posto de saúde.
Nós entendíamos que tínhamos que ter toda a parte
comunitária antes de levar as famílias. E já havia todo esse cronograma
realizado com datas efetivas para que pudéssemos levar as famílias com
tranquilidade até então. Houve mudanças; tudo bem. Acho que nós temos que
verificar e ajudar para que as mudanças satisfaçam a comunidade, e não podemos
penalizá-los agora.
Também quero dizer ao Ver. Carlos Todeschini, que
realmente vieram, para aquela área, trinta e um milhões de reais, a fundo
perdido. Dos cinquenta e cinco milhões de reais gastos, a Prefeitura colocou
vinte e quatro milhões, e trinta e um milhões são do Governo Federal. Também
quero dizer, Ver. Engenheiro Comassetto, que no Governo Federal passado houve,
sim, diversos empréstimos para a habitação popular em Porto Alegre, tanto do
Banco do Brasil, como da Caixa Econômica Federal. Enquanto eu estive no DEMHAB,
no ano de 2007, eu fiz a renegociação de duas dívidas que comportavam cento e
trinta milhões de reais: sessenta milhões do Banco do Brasil e setenta milhões
da Caixa Econômica Federal. Elas foram renegociadas - o vencimento, casualmente,
acontecia em 2008 - para a Prefeitura poder cumprir.
Nós fizemos uma visita lá na área, juntamente com a
Verª Maria Celeste, mas eu acho, Davi, que o importante agora é fazer andar a
obra número um de Porto Alegre, Ver. Dib: a obra número um de Porto Alegre é a
Vila Dique e a Nazaré. Todos pensam na Copa do Mundo, Ver. Haroldo de Souza,
mas não haverá Copa do Mundo se não tiver Aeroporto! São duas coisas
fundamentais: a primeira é o Aeroporto, e a segunda é o estádio. Eu acho, sim,
que tem de fazer com que aquelas famílias logo sejam reassentadas.
Eu até disse para o Prefeito, quem sabe, acordar
com a empresa que está executando a obra, para ela trabalhar sábados e domingos
para manter aquele primeiro cronograma previsto, Ver. Bosco, de que deveriam
ser entregues oitenta casas por mês, o que resultaria em dezoito meses de
obras. Nós estamos muito atrasados; na cabeceira da pista do Aeroporto estão
quatrocentas famílias, se elas não forem retiradas, não começam as obras do
Aeroporto. Para funcionar, todas as famílias devem ser retiradas, e mais as da
Vila Nazaré, onde ainda não começaram as obras de infraestrutura, sequer foi
aprovado o Projeto. Então, eu clamo aos representantes do Executivo que
negociem com a empresa para que trabalhemos para a obra número um de Porto
Alegre acontecer; que se trabalhe também aos finais de semana para que possamos
ter essa obra realizada.
Eu quero agradecer a toda a população que está
aqui, e dizer que a Câmara de Vereadores, não importa a cor partidária, está do
lado de vocês, Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em Comunicações, hoje, o tema específico é o
reassentamento da Vila Dique, com a presença do Sr. Davi de Lima, Presidente da
Associação Comunitária da Vila Santíssima Trindade.
O Sr. Davi de Lima está com a palavra para as
considerações finais.
O SR. DAVI DE
LIMA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores,
comunidade, que ainda se encontra aqui, realmente, o nosso objetivo nesta tarde
não é o de lembrar o passado, mas o presente e o futuro. Nós sabemos que muitos
Vereadores, nem citei o nome, como o Ver. Carlos Todeschini, Ver. Toni Proença,
o ex-Vereador Raul Carrion, que nos ajudaram, foram muitos; eu não quero fazer
demagogia e não faço, porque não tenho Partido nenhum. Eu sou líder de uma
comunidade que está chorando, sofrendo, com dificuldades. Nós temos uma senhora
que tem câncer, a família já gastou tudo o que tinha, e a vida está difícil.
Então, não estou aqui para puxar para Partido nenhum, e falo isso para os
Vereadores que vão lá. Todos são bem-vindos à nossa comunidade, a nossa
comunidade está lá para receber todos vocês; o Cassiá, que é nosso amigo -
esquecemos de citar alguns nomes, o Ver. Alceu Brasinha, que a gente conhece a longo
tempo.
É preciso que vocês entendam, Vereadores desta Casa
e do povo de Porto Alegre - futuros Deputados, futuros, quem sabe, Senadores,
ou por que não dizer, um Presidente da nossa Nação - que nós não estamos
tratando, agora, de caso de Vereança, nós estamos tratando da nossa comunidade.
Essas pessoas que eu citei, a Maria, os Vereadores que eu citei, são os que
estão ali, quase que diariamente: “Do que vocês estão precisando? O que está
faltando?” E nós temos dificuldades, nós temos pessoas que estão sem luz, sem
água. Aquela casa que estão falando que tem que ser paga, claro, com certeza,
Ver. Mauro Pinheiro, nós não vamos pagar, porque, segundo o Presidente desta
Casa, Ver. Nelcir Tessaro, temos um documento que nos dá esse direito de não
pagar. Como falou outro Vereador, isso vem de um fundo, e nós temos pessoas lá
que não têm, realmente, condições. Há pessoas lá que mal se mudaram e já
terminou o gás, não tem como ter gás, nós tivemos que ajudar, fazendo fogo do
outro lado. Então, é uma calamidade, são muitas as dificuldades das pessoas que
ali estão. Como disse um Vereador: “eu passo por lá há vinte anos”. E eu moro
lá há trinta anos. O Vavá mora lá há trinta e poucos anos. E nós, agora, há
oito meses, vimos que chega desse tipo de diz que diz. E nós assumimos ali...
Nós não fomos ali, Ver. Mauro Pinheiro, nomeados Vereador e nem Presidente,
porque jamais o senhor teria condições de ser nomeado Vereador. O senhor foi
eleito pelo voto do povo de Porto Alegre para assumir esta cadeira que o senhor
está hoje, com grande dignidade. Assim somos nós. Nós somos eleitos também pelo
voto.
Quero dizer aos Vereadores que estamos nos
espelhando nestes Vereadores que estão aqui. O Ver. João Antonio Dib, em quem
nos espelhamos muito, do começo ao fim, na força que teve para fazer a Av.
Assis Brasil. Desde esse tempo que nós o acompanhamos. Então, nós nos
espelhamos em vocês aqui, nós, da comunidade. Eu venho seguidamente assistir às
Sessões aqui.
Mas o nosso objetivo de hoje é o ônibus, Educação e
Saúde. Nós não queremos saber de dezesseis anos atrás, de três anos atrás,
nobres Vereadores. Nós queremos que vocês nos ajudem na Saúde. Nós precisamos
ter uma Saúde digna ali. Nosso Vereador-Presidente da Comissão, que falou aqui:
nós precisamos da sua ajuda ali. Engenheiro, nós precisamos da sua ajuda ali.
Nós precisamos da ajuda de todos na nossa comunidade, porque está sendo
removida uma comunidade. E é com a ajuda de todos que nós podemos arrumar
alguma coisa. Mas a nossa prioridade ali são essas famílias que vão sair, Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, porque não tem ônibus, não tem Saúde e não tem
escola.
Nós não usaríamos esta Casa para dizer outra coisa
demagogicamente a respeito de política. Nós não temos Partido nenhum. Admiro as
pessoas que estão indo lá. A Verª Fernanda Melchionna, muitas vezes, fora de
hora já foi lá; o Ver. João Carlos Nedel vai seguidamente lá. São pessoas que
estão ali no nosso convívio. E, assim, a comunidade está aberta para todos.
Ver. DJ Cassiá, nós temos uma associação ali. A
associação não é na minha casa... (Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos a presença do Sr. Davi de Lima,
Presidente da Associação Comunitária da Vila Santíssima Trindade. Quero dizer
que não só a Vila Dique, como todas as vilas de Porto Alegre, podem contar
sempre com esses trinta e seis Vereadores desta Casa. Estamos sempre
disponíveis, aqui, para trabalhar pelas nossas comunidades, pois para isso
fomos eleitos. Muito obrigado pela sua presença.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Davi
de Lima, que esteve conosco toda a tarde, pacientemente, ouvindo todos os
Vereadores e levantando questões tão importantes neste momento.
Eu trato nesta tribuna, no espaço de Liderança de
oposição, um outro tema tão importante quanto a questão do reassentamento da
Vila Dique, que diz respeito a denúncias, envolvendo a situação da nossa
querida Empresa Carris, Ver. João Antonio Dib. Há mais ou menos uns quinze
dias, eu recebi no meu gabinete alguns funcionários da Empresa Carris, que
traziam denúncias de irregularidades nas licitações, denúncias de
irregularidades no processo administrativo da Carris, dirigida, então, pelo Sr.
Antonio Lorenzi.
Entregaram-me uma gravação de um áudio de uma
reunião, e nessa conversa o Diretor da Carris fazia menção de que, se fosse
pedida uma Sindicância para apurar as irregularidades que ali os funcionários
estavam reiterando e denunciado, sobraria para todo mundo dentro da Carris e
dentro da Administração do então Prefeito José Fogaça.
Diante de questões sérias, graves, contundentes,
mas sem uma concretude de provas, eu acolhi a gravação e decidi encaminhar ao
Ministério Público, ao Dr. Cesar Faccioli, que é o Promotor responsável pela
Promotoria do Patrimônio Público.
Ocorre que no dia 5 de maio, também recebi um e-mail do Sindicato dos Rodoviários, não
só reiterando suspeitas de irregularidades administrativas na Carris, como
elencando quais são essas irregularidades, o que nos motivou, também, a anexar
na nossa correspondência ao Promotor, a cópia desse e-mail.
Eu estive, hoje pela manhã, junto à Promotoria,
entreguei a gravação que estava sob os meus cuidados, entreguei também cópia do
e-mail, falando quais as licitações
que foram dirigidas, enfim, encaminhadas. Imediatamente, também quero aqui
solicitar que todos nós, Vereadores, possamos fazer um Pedido de Informações à
Prefeitura Municipal, com o seguinte teor que eu vou encaminhar à Presidência
(Lê.): “1.Cópia de todos os processos licitatórios e contratos referentes à
aquisição da sede dos servidores da Companhia Carris Porto-Alegrense; 2.Um
questionamento de como se deu a autorização para a aquisição da referida sede?
Houve determinação em assembleia de associados? Quem assina a autorização?;
3.Cópia de todos os processos licitatórios e contratos referentes à aquisição
de veículos utilitários pela Carris (02 S-10 e outros) - que são os citados no
e-mail -, cópia do edital referente à licitação, bem como cópia de eventuais
aditamentos aos contratos de aquisição desses veículos utilitários; 4.Cópia do
Ato de exoneração do Sr. Antonio Lorenzi; 5.Cópia dos processos licitatórios, documentação
onde conste o ordenamento da despesa e editais referentes à contratação dos
serviços de reforma do piso do Setor de Manutenção da Empresa Carris
Porto-Alegrense, bem como dos contratos referentes a esses serviços”.
Espero que, tão logo este Pedido de Informações
chegue às mãos do nosso Prefeito Municipal, tenhamos respostas sobre todas
essas questões e dúvidas pertinentes a essa situação colocada de
irregularidades também no processo e na administração da Companhia Carris, do
Diretor anterior, não do Diretor atual que assumiu, o nosso colega Ver. João
Pancinha. Faço isso com a intenção de que possamos, de fato, verificar e
fiscalizar cada vez mais. Porque nos preocupa todo esse processo...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Vamos fazer um intervalo de um minuto para as
despedidas do Presidente da Associação Comunitária Santíssima Trindade, Sr.
Davi de Lima.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h07min.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 17h08min): Estão
reabertos os trabalhos.
Encerramos o período de
Comunicações.
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Mauro Pinheiro, hoje, realmente,
fui surpreendido: jamais pensei que me fosse totalitariamente imposto que não
posso falar em determinados assuntos na Casa do Povo de Porto Alegre. Eu não
esperava que o meu amigo Ver. Carlos Atílio Comassetto, totalitariamente,
tentasse impedir este Vereador, que ajudou a escrever a história da Cidade nos
últimos cinquenta anos - e não só é testemunha ocular da história, mas viveu a
história...
(Aparte antirregimental do Ver.
Brasinha.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Todeschini, eu disse: Carlos Atílio Todeschini. Eu falei Comassetto? O Jornal do
Comércio trocou os dois, e eu também tenho o direito de trocar, não há problema
nenhum, mas é o Carlos Atílio Todeschini que, totalitariamente, tentou me
impedir de falar sobre o seu Partido, sobre as coisas que aconteceram com o seu
Partido.
Para que vocês tenham uma ideia:
se eu ajudei a escrever a história do Partido dos Trabalhadores em Porto
Alegre? Ajudei! Eu fui o primeiro Prefeito a ter um Vereador do PT. O primeiro
Vereador do PT assumiu quando eu fui Prefeito. Então, eu sei tudo deles. Eu sei
que ele não queria me proibir, porque ele sabe que eu conheço bem as histórias
dele.
Mas eu quero cumprimentar a Verª Maria Celeste,
porque ela é competente, inteligente, séria e responsável. Ela recebeu uma
fita, e não pediu uma Comissão Parlamentar de Inquérito: ela fez o que a
Comissão Parlamentar de Inquérito faria, ou seja, levou ao Ministério Público.
Ela recebeu denúncias e fez o que a Comissão Parlamentar de Inquérito - se
houvesse - faria: levou ao Ministério Público. Portanto, deu-nos a tranquilidade
de que vamos saber a verdade, vamos chegar à verdade. Eu não sei sobre a sede
da Associação, não sei como funcionou, porque, evidentemente, a Associação é
algo dos funcionários, não é propriedade da Carris, mas, se houve problema, o
Ministério Público vai-nos dizer. E a Verª Maria Celeste, com a sua
inteligência, com a sua vivência nesta Casa... E não houve nenhum
totalitarismo, proibindo-a de fazer o que fez, da maneira mais correta. Eu fico
muito contente! E se me entristeceu a medida totalitária do meu amigo Atílio
Todeschini, mas fico satisfeito porque a Verª Celeste mostra que ser Vereador é
buscar verdade, é servir à Cidade, e não fazer apenas comentários desairosos em
torno das pessoas.
Agora, eu disse que, para viver, é preciso olhar o
passado, viver o presente, prever o futuro, imaginar o futuro e pensar no
futuro. Então, realmente, eu vejo as coisas que acontecem.
O Governo Federal deu trinta e um milhões de reais
para o Aeroporto. Claro, o Município não devia dar nada, o Governo Federal devia
dar todo o dinheiro para o Aeroporto, porque o Aeroporto é federal, não é
municipal. O Município está investindo dinheiro em uma coisa que deveria ser só
do Governo Federal.
Agora, eles não falam que o nosso Presidente,
quando era Diretor do DEMHAB, pagou cento e trinta milhões de reais, pactuou a
dívida - não pagou, porque não tinha também - que havia sido deixada, de
presente - com a licença do Ver. Todeschini -, pelo Partido dos Trabalhadores,
que, ao longo de dezesseis anos, trouxe uma série de problemas para esta
Cidade; trouxe soluções também, porque ninguém... Eu já disse que não há nenhum
Prefeito que quer criar problema para a sua cidade, mas há Prefeito que não tem
a competência necessária para encontrar a solução dos problemas da cidade. Então,
eles nos deixaram muitos problemas, inclusive muitos débitos. Só o fato de ter
trazido a possibilidade de a Prefeitura poder fazer novos empréstimos, consagra
um Administrador! E o Fogaça sai consagrado, porque conseguiu cobrir as dívidas
- totalitariamente, o Ver. Todeschini não quer que eu diga, mas eram dívidas -,
pagando, na primeira semana de Governo, cinco milhões de dólares para o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, o BID, para o qual devíamos, e que eles não
pagaram com o atraso de um ano. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0896/10 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 036/10, de autoria do Ver. Toni Proença, que institui o
Sistema de Diagnóstico da Situação da Mulher e o Índice de Qualidade de Vida da
Mulher no Município de Porto Alegre, determina que o Executivo Municipal
organize prestação de contas pública da evolução dos indicadores relativos à
mulher e dá outras providências.
PROC. Nº 0939/10 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 040/10, de autoria do Ver. Marcello Chiodo, que concede o
título de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Alfredo César Maciel de Carvalho.
PROC. Nº 1104/10 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon,
que inclui Seção IV-A no Capítulo IV da Lei Complementar nº 395, de 26 de
dezembro de 1996 – que institui o Código Municipal de Saúde do Município de
Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, dispondo
sobre a Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência (PCD).
PROC. Nº 1241/10 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/10, que cria o Conselho Municipal dos Direitos do Povo
Negro e dá outras providências.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Só e rapidamente, Presidente, para sinalizar ao meu colega Toni Proença
que louvo sua atitude ao apresentar um Projeto que institui o Sistema de
Diagnóstico da Situação da Mulher e o Índice de Qualidade de Vida da Mulher no
Município de Porto Alegre, determina que o Executivo Municipal organize
prestação de contas públicas na evolução dos indicadores relativos à mulher.
Acho de fundamental importância, porque nós estamos vendo campanhas de
prevenção ao câncer de mama, ao câncer de colo de útero e tantas outras
campanhas meritórias, mas nós precisamos ter um acompanhamento preciso, que deve
ser feito pela Secretaria de Saúde, pela nossa Prefeitura, para que se coloque,
exatamente, mês após mês, ano após ano, a evolução desse processo na Cidade.
Se há uma paralisia, nós temos que verificar quais
as campanhas que tem que ser feitas, quais as medidas a serem tomadas, ou seja,
aqui se pede uma qualificação, aqui, de fato, se está medindo e verificando se
essas campanhas, esse trabalho tem mérito, se tem evolução ou não tem evolução,
porque é preciso ter algum tipo de mensuração. É um pouco parecido com a fala
da ex-Ministra da Casa Civil, Dilma, que coloca a questão da meritocracia, que
deixou metade de Porto Alegre, metade do Rio Grande do Sul apavorados. Eu, como
Vereador, como cidadão desta Cidade - ademais, sou Presidente do Partido dos
Trabalhadores na cidade de Porto Alegre -, quero dizer que estou com a Ministra
Dilma, porque acho que tem de haver algum nível de mensuração no serviço
público, assim como deve haver algum tipo de mensuração em todas as campanhas,
em todas as atividades que se fazem no Município, no Estado, na Nação.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu
vi que o senhor acompanhou atentamente os passos da candidata Dilma Rousseff
aqui no Rio Grande do Sul. Quero dizer que eu também gostei muito das
declarações da candidata, particularmente na parte em que ela se referiu à
meritocracia e na parte em que ela defende a legalidade: não das invasões de
prédios públicos e não das invasões de terras. Eu queria cumprimentar, com este
humilde aparte, a posição da candidata Dilma Rousseff contrária às invasões.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli
Sell, eu quero prometer a V. Exª que, na segunda-feira, no período de Grande
Expediente, eu vou fazer a mensuração da candidata Dilma. Para que V. Exª
preste bastante atenção, já o estou alertando.
O SR. ADELI
SELL: Eu fiz essa vinculação, neste momento de debate dos projetos, fazendo
aqui um elogio a um colega de um outro Partido, o PPS, porque eu vejo a sua
preocupação com que as coisas sejam feitas como devem ser feitas, exatamente
com processos de mensuração, de esclarecimento, de prestação de contas. Todos
aqui sabem que eu luto por um Estado legal, um Estado sem opressão, um Estado
de liberdade, um Estado de democracia, e é por isso que muitas e muitas vezes
venho a esta tribuna para me manifestar, como tenho me manifestado nos órgãos
de imprensa, pelo menos naqueles que são democráticos, livres, que são contra a
baixaria, porque, infelizmente, em alguns momentos, a gente vê matérias sobre a
Câmara de Vereadores... Nesta quinta-feira, no cair da tarde, estamos aqui
discutindo em período de Pauta, projeto por projeto, e é pena que alguns órgãos
de comunicação que poderiam, deveriam e têm a obrigação de dizer o que se faz
aqui, e não apenas se omitam, mas manipulam. Pela democracia e pela liberdade
sempre, a minha bandeira é Porto Alegre!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero me solidarizar com o Ver. Adeli Sell e
dizer que é muito importante que a imprensa também veja que, no dia de ontem,
estávamos aqui às 18h30min. É muito importante que isso também seja
reconhecido, não é, Ver. Dib? É muito importante.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, eu vou falar aqui, especificamente, do Projeto
da Verª Sofia Cavedon, que trata da Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência.
Antes disso, eu gostaria de fazer uma observação sobre a fala do meu querido
Ver. João Antonio Dib, Líder da situação, pois houve um equívoco na sua fala em
relação aos números, principalmente sobre o valor do investimento do Governo
Federal no Aeroporto, quando foi dito que era de trinta e três milhões de
reais. Na verdade, para o Aeroporto, para a ampliação da pista de pouso e
decolagem, são cento e vinte e dois milhões de reais; e, depois, para a
construção do novo terminal de carga, são cento e quinze milhões de reais.
Então, são duzentos e trinta e sete milhões e quatrocentos mil reais. Trinta e
três milhões foram somente para o reassentamento da Vila Dique.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Roberto Comassetto,
eu não me equivoquei; V. Exª falou nos trinta e três milhões de reais, e foi a
esses trinta e três milhões que eu me referi. Eu não disse que o Governo
Federal não está interessado em resolver todo o problema do Aeroporto, eu só
falei nos trinta e três milhões, porque era de interesse do Governo Federal
resolver a extensão da pista, aumentando-a para 3.200 metros.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito bem. Portanto, são trinta e três milhões para
a Vila Dique, mais cento e trinta e sete milhões e quatrocentos mil reais para
investimento na obra do Aeroporto, que está dependendo de os projetos serem
concluídos pelo Executivo Municipal - leia-se Administração Municipal -, para
que o resto avance.
Ao mesmo tempo, a Verª Sofia propõe aqui um Projeto
de Lei que faz um adendo ao Código Municipal de Saúde do Município, dá outras providências, e trata
das alterações sobre a Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência.
Quero me referir aqui às pessoas com deficiência,
que, por si só, já têm um sofrimento muito maior do que as pessoas que não têm
qualquer problema físico. E aqui nós estamos falando de pessoas com
deficiência, sejam elas visuais, sejam elas auditivas, sejam as pessoas
cadeirantes, sejam as pessoas que sofrem de síndromes, sejam as pessoas que sofrem
de anomalias por doenças específicas. Nesta semana, nós recebemos aqui a
Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias Dominantes. Ataxia
dominante é uma doença que ocasiona uma degeneração, ela é genética, é
transmitida na cadeia familiar, se manifesta em uma determina idade e vai
tirando os movimentos da pessoa. Essas pessoas, antigamente, na Idade Média,
eram queimadas nas fogueiras, porque diziam que eram fruto de bruxarias. Em
1991, foi identificada essa deficiência cromossômica, e, a partir daí, tiveram
início os estudos, mas ainda não se tem a cura. Essa doença não é reconhecida
em nenhum âmbito, seja do Município, do Estado ou da União. Portanto, o Projeto
da Verª Sofia nos proporciona um debate, para que aqui, no Município de Porto Alegre,
situações como essas possam ser reconhecidas e incorporadas na política pública
municipal.
As pessoas que sofrem dessa doença hoje, em Porto
Alegre, não têm direito à aposentadoria, mesmo perdendo completamente a
mobilidade, e não encontram, inclusive, amparo na Saúde Pública para os seus
tratamentos. Então, para que possamos construir uma alteração no Código
Municipal da Saúde, para que se dê uma atenção especial à saúde dessas pessoas
com deficiência, é importante este debate, principalmente no momento em que
debatemos todas as dificuldades que a Saúde de Porto Alegre enfrenta. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há mais inscritos em Pauta. Estão encerrados
os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h25min.)
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